quinta-feira, 3 de julho de 2014

CUBICANDO REDONDAMENTE III


Todas as decisões humanas e consequentes resultados, de certa forma estão ligados à vontade; e a ação que resulta dessa vontade cada cidadão apresenta ou expressa o resultado de acordo com ela. Não em grau absoluto, porque existem outras forças, inclusive a do carma, e outras leis universais soberanas, que sobrepõem-se a qualquer vontade ou desejo pessoal; no entanto, dentro do plano relativo deveria prevalecer a vontade pessoal como um direito último, supremo, que é o direito à vida e ao tempo para desfrutá-la.

E porque também não incluir o direito ao fim dela, que é a morte? A suprema direção do universo leva demasiadamente a sério o tempo de vida de cada cidadão, e não deixa de ter razão, cada segundo de vida é um segundo de nova experiência, que é o que dizem ser a razão da vida humana. E então àqueles que desejam longos anos há um limite máximo, que é o prazo de validade, digamos assim, de cada um, de acordo com um infinidades de circunstâncias... Mas para aqueles já cansados de viver e desejosos de partir, sua vontade deveria também prevalecer mediante um grau de intensidade de querer no limite máximo, e quando esse grau fosse atingido a pessoa morreria, e pronto.

Há motivos e razões supremas para que esses mecanismos de segurança que regem a vida humana e eu até os compreendo relativamente, mas na questão tempo de vida discordo, com todo e absoluto respeito ao criador! Mas porque existe a reencarnação, o carma e o livre arbítrio e justamente nestas leis poderia ser inserido o tal mecanismo da vontade, ou uma emenda provisória aprovada pelo criador, e aí sem o ônus do suicida, executada essa  vontade com a responsabilidade de cada um, como aliás é em todas as ações individuais... Mas não me refiro a nenhum tipo de suicídio, nenhum artifício violento, mas apenas e tão somente ao uso da vontade suprema de encerrar a seu ciclo de vida terrena; e não me venham com teorias filosóficas de suicídios abstratos, porque nesse caso também as curas em nome dos milagres seriam curas abstratas...

E nós sabemos não haver milagre coisa nenhuma, mas a vontade pura e simples ao nível máximo expressa pela fé sim, existe e em forma abstrata consciente ou inconsciente altera o carma e, naturalmente quebra-se e altera-se um destino, onde o médico e a ciência não lograram êxito, mas sempre o carma cumpre-se e, inegavelmente, a vida vive-se.

Antes de um julgamento precipitado e antes também de atribuir aos mistérios naturais os desígnios de Deus, analisemos a questão mais profundamente à luz da inteligência, sem o requisito da fé e da crença.

Quando através da vontade se obtêm a cura e isto é uma virtude da vontade, (porque a fé remove montanhas), adquire-se um bem, que é continuar vivendo por aqui, sem modificar negativamente o carma presente. Não transforma a pessoa em mais santa nem em mais sábia com uns dias extra, embora restaura a saúde e tudo mais que a partir dali ocorra, como transformação geral desse prolongamento da vida... em anos, dias e até minutos...  

Por outro lado, se alguém cansado de viver e tomado de profundo tédio num estado crítico tedioso insuportável de cristalização da inteligência consciente e desejasse morrer, porque não fazê-lo pelo uso apenas da sua vontade? Sem usar qualquer outro artifício? Na questão da economia universal ganharia aquele tempo precioso, em que vegeta e lamenta estar a viver uma vida enfadonha e improdutiva.

Na questão carma, a exemplo da cura física, haveria a cura da alma, haveria a recompensa pelo desapego, neste caso de uma suprema renúncia à própria vida física. Na questão evolutiva, e nós sabemos só existir evolução enquanto encarnados em virtude de tamanho desconforto ou prazer da experiência, pois não deve haver possível evolução no fundo do poço do tédio e do desalento, já passados  no tempo; descartando a tolice do resgate cármico, porque carma não é castigo.

Havendo, pois essa estagnação psíquica e mental, não haverá nesse estado involução por inércia? Bem, paramos por aqui, mas esperamos não encerrar o assunto!...


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