quinta-feira, 10 de julho de 2014

A VOZ DO VENTO


Escutar a voz do vento num descampado soa tão estranho e desafiador! Onde o vento roça a sua vara para tocar seu violino, se de violino for a sua música? Ou cantar o seu canto, se a sua voz lembrar o humano lamento?

Quem ao correr já ouviu o vento no rosto a cantar de acordo com o movimento, que se faz com a cabeça, nesses momentos inesquecíveis, que só os meninos sabem fazer inesquecíveis?
  
Nas folhas espessas de árvores frondosas se ouvem até palavras, nas vozes raspadas com sofreguidão, mas o canto dramático é nas rochas das estepes marinhas, tendo na base o ritmo das ondas rebentando nas pedras. E o vento ora canta grandiloquente, ora assovia e até uiva em compasso com os ribombos da trovoada! E à noite escura o serpenteio dos raios compõem o concerto perfeito entre o vento, as nuvens, as rochas e a trovoada, para a maior celebração do homem que assiste, entende e vê.

Sim, as rochas, as árvores e até a relva são os instrumentos de sopro para o vento, sim, mas quem é o músico, que o sopra?

? Eu sei, todos sabem, mas será isso mesmo? E as correntes marítimas? E o ar em si é mesmo o quê? O éter em estado absoluto é o Akasha, segundo a tradição Teosófica, e o éter em movimento é o ar...

Compreensível que assim seja, mas o ar essencialmente além do oxigênio, o que mais contém? Prana, ensina a mesma tradição teosófica.

Sim, mas o que é Prana? Segundo a tradição é o elemento vital, a vida propriamente dita.

Sim, mas e a vida vem a ser mesmo o quê? Bem, num contexto mais amplo, muitas coisas, mas nunca nada além dela em si e rodeada de toda a complexidade das formas que lhe sirvam de veículo. 

Se considerarmos uma ameba viva, ou ainda em forma menor um fóton, e o movimento do mesmo modo uma força também viva, o que alimenta a ameba e o fóton é o mesmo que movimenta o universo.

Na raiz da vida tudo é muito simples, mas o homem pra se movimentar cria cada engenhoca complicada!

Não se deu conta que a melhor invenção é ele mesmo e não foi inventado por ele! Ainda bem!

Mas estas breves palavras servem apenas para reflexão, e não mais me alongarei. Obrigado pela visita, caros e silenciosos leitores! Fiquem com Deus, mas com esse Deus que está por trás do sopro do vento, que está na alegria e ligeireza do fóton, - imagino que o fóton seja alegre – que está por dentro e por fora do universo, e é aquele que o movimenta e retrai quando chegar a hora do colapso, ou da entropia universal, e Ele continue a ser Ele para todo o sempre, ocupando o espaço absoluto e vivendo o tempo infinito.


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