terça-feira, 10 de junho de 2014



Em homenagem ao dia de Portugal e de Camões, minha singela celebração.

Tenho imenso orgulho de pertencer a esse povo realmente humilde, que foi capaz de fazer com pouco o muito, e do mais legítimo e original uso do desenrasco conseguiu ir onde ninguém ao seu tempo foi.  

PORTO GRAAL

Senhor, que lugar magnífico é esse, que nos deu
O primeiro Afonso também chamado Henrique,
E outro também Henrique chamado Infante,
Que olhou o mar e ordenou dizendo que não fique
Encoberta a terra de perto, nem a mais distante?

Senhor, e o Condestável do reino, aquele gigante,
Que, de repente o “quatro vezes grande” pôs a fugir,
E a nação mais forte com um novo norte daí em diante
Novas terras e gentes os seus almirantes foram descobrir,
E ao escuro errante e tudo à sua frente fizeram colorir?
                                                                                          
Senhor, e que nos diz do Grande Luís de Camões,
Do estilista mor da língua, Eça de Queiroz,
Do grande poeta iniciado Fernando Pessoa,
O Padre Vieira e a sua canônica e lírica voz
Cuja sua rara prosa pelo mundo culto ecoa,
Entre tanta gente séria e pessoas tão boas,
Que raça estranha é essa que a terra cultiva e povoa?

Ah, a Severa, o Hilário, a Amália que encantam,
E o fado que cantam saudade eterna, da eterna Lisboa!

Senhor, que lugar é esse de terra tão generosa e tão boa,
Do queijo de leite de ovelha, chamado da Serra,
E a Serra da Estrela no cume mais alto dessa nobre Terra,
Onde a águia esperta olha e lá no alto voa,
Senhor, que lugar é esse a quem Deus abençoa? 

E o cavalo Lusitano, o vinho e o Vinho do Porto,
E um destino incerto, mas seu destino é qualquer um porto?
Senhor, que lugar é esse que à alma oferece a paz,
Ao coração compraz e ao espírito o supremo conforto?

- É a Lusitânia Pátria, aonde vim fazer o meu seguro PORTO!
Disse o Senhor, e fez sinal para que mais nada perguntasse,
- Que é vivo o Graal, disse, não corpo mortal que se enterrasse!

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