domingo, 25 de maio de 2014

SATURNO


“Sat-ur-anás” levantou-se do trono em Saturno, e decidiu comandar o seu reino. Quando pisa no acelerador tudo corre; e com as coisas correndo, com elas corre o tempo, corre a vida. E quem não se apressar, antes de viver as delicias daquele magnífico prado verdejante com amplas e largas alamedas povoadas de aves raras e indescritíveis belezas, será soterrado pelo Carro da Lei e quando despertar se despertar verá apenas por pouco tempo e última chance um mísero quintal com umas poucas e mal nutridas galinhas, no seu pequeno e sujo terreiro.


Isto é muito sério, e não é ele – Sat-ur-anás – tão feio como o pintam! Há até quem diga ser ele a mais bela estrela do eterno!

Mas o trono de Saturno encerra duas distintas medidas: uma conta o tempo, outra a velocidade do movimento. Como são medidas abstratas, não podem ser interpretadas como fazem os crentes de uma só e limitada fé dogmática, investidos até de pastores de gravata e pouca leitura ao próprio Sat-ur-anás... Mas se ele está acima disso e ligado a um planeta com seu comandante, como um destes interpretes pode falar dele, se não sabe distinguir um planeta de um cometa, sequer um frango de um peru ou um berro de um solfejo?

Mas falar mal de Satanás, mesmo que não saiba o que diz ainda se desculpa; porém falar em nome de Deus é no mínimo uma grande heresia, porém heresia enquanto sinônimo de burrice e não “diferente”... Pois que eles não sabem nem mesmo o que seja heresia; e convenhamos, é de fato uma grande asneira, posto não haver os diferentes para sempre... Evidentemente no sentido etimológico do termo e não usado pelas crenças.

Mas deixemos estes por ora por fora, que aquele misterioso personagem tem um mérito inegável: direta ou indiretamente obriga a olhar o outro, nem que seja pelo terror devido ter-nos concedido a nossa individualidade! Pena que ainda muitos, apesar disso mal sejam indivíduos e não vejam o semelhante sem que nele projetem o seu inimigo; ou na melhor das hipóteses, caso não pertença à mesma seita, um ninguém.

E isto é fruto de muitos distúrbios e disfunções da personalidade, que juntamente com o fanatismo da ignorância não permite se reconheça o outro como igual, salvo houver extrema necessidade e se precise de um aliado ou de um simples favor...  

Obstáculos e desconfianças geram sempre muitas barreiras que precisam ser vencidas. E ao longo da história os grandes confrontos que resultaram em grandes guerras, originaram-se desses pequenos confrontos com o próximo, numa crescente onda de intolerância.

Assim como os movimentos coletivos em prol de uma causa benemérita seja o resultado de um despertar lá nas profundezas de um ingênito sentimento solidário, ou talvez um pequeno reflexo do amor universal ainda meio sepultado pelo egoísmo; mas que, ainda e apesar de tudo, resiste e sobrevive.

Ainda assim Satanás precisa ser mais bem esclarecido... Evidentemente fora dessa questão bem e mal muito distante e bem além desse julgamento que dele fazem os pastoreados de todas as crenças temerosos de um algoz, que eles próprios criaram...

Todavia Satanás há muito levantou do seu trono em Saturno e hoje está completamente redimido, mas a sua expressão negativa está agora com quem o criara, até para do uso dessa imagem obter vantagens, e enquanto vão alimentando essa imagem vai adquirindo corpo pelas constantes formas pensamento; e está neste momento em alguma igreja “mundial” “universal” ou episcopal do evangelho do terceiro, primeiro ou décimo do dia de qualquer coisa, que deveria caso obedecesse alguma ordem coerente ser quarta, por se estar na terra. E só por isso e não por outro motivo é que deveria ser quatro, onde o cinco é o grande gerador do movimento. (???)

Mas enfim, possuindo muitos personagens, inclusive Satanás que afugenta os crentes temerosos obrigando-os a se esconderem atrás de uma cruz na qual crucificaram o seu irmão, a quem tomaram naquele momento por ele e hoje chamam de Jesus. Mas isto fica para depois da contenda final, se o permitir o Quinto! (...)



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