NÃO HÁ MAIS ESPAÇO PARA ESTUPROS MORAIS
Viver há de ser um ato de consagrar – amor e razão –
na mesma medida, para bem e boa formação do Eu, tendo como pressuposto a manifestação
do belo universal. E de tal conduta edificar-se a alma através dos tempos
valorosa, para que seja o conjunto do ser homem ético, e a mais legítima expressão
do bem, consistindo em ser bom e universal. Caso contrário prevalecerá um
estado natural de instinto, cuja origem ancestral recrudescera no estágio proto-homem,
ainda animal, por essa razão agindo com violência na defesa de si e da espécie,
mas cumprindo o seu papel de oposição no seio da humanidade civilizada, na luta
do carma individual e coletivo redimindo ou aposentando, o velho diabo.
Ainda que dele não abram mão as seitas nem as
crenças rasas, por questões financeiras, mas de maneira bastante criativa e
artística já boa parte do povo ocidental, a exemplo do oriental o aposentou
redimindo ao velho diabo, por não ser (tão feio quanto o pintam).
Todas as civilizações construíram suas culturas ao longo
do tempo com engenho e arte – razão e emoção – temperando suas obras com as
cores e as essências dos opostos, sem lhes ter faltado um tipo de demônio; mas
nunca como ora, com os falsos “profetas” cometendo estupros artísticos,
estupros políticos, morais, de fé e tantos outros! E assim, em nome de uma
falsa cultura vão assaltando o mundo com estrondos musicais, nos quais se vai a
deformar a música, que da mesma sorte e sem a qualidade que emana da substância
original do cosmo de onde se propaga o som, ainda ousam grafar e berrar também
a palavra amor!
Amor? Quando muito, mas muito mesmo nessa esfera com
a mínima qualidade e muito pobre, será apenas paixão, sexo, talvez até cachaça,
apenas ilusão! Ah a paixão, pobre paixão, além de oposta ao amor, é mesmo
triste e muito rude, fera ilusão! Prova e comprova-o o grande sucesso, marca
moderna do fútil e descartável consumo pirata.
Entretanto nem sempre fora esse o ritmo da
civilização, convindo lembrar, também, que a polaridade é o motor da evolução,
cujo resultado final, produto do positivo/negativo que sempre andarão juntos,
promovendo o desenvolvimento da espécie, nesta fase aguda vão de verdadeiros
britadores da matéria bruta, em transformação, feito brita grossa mesmo.
É evidente que num estágio muito avançado, o que
hoje é AMOR/SABEDORIA atual estado de consciência de uma elite superior, será a
tônica da futura humanidade. E o estado atual da consciência coletiva mais
psíquica que mental, a essa altura será coisa execrável, tal como hoje execrável
é a ação dos falsos profetas que vimos comentando, e que serve de mote a esta
prosa.
Porque ousem desgraçadamente promover “contracultura
e contra-artes”, e tenham lá os seus artistas e alguns filósofos contistas que
tiverem cantores e simulacros de estadistas é o que são; mas para neutralizar
seus efeitos nefastos, já as portas do futuro foram abertas e os talentos reais
começam a surgir entre as crianças, lamentando-se o fato do velho dogma ainda prevalecer
e com verdadeiros bombardeios às crianças mirem... Ou amordacem...
Porém, e isto é irrevogável, contaremos sempre com a
morte redentora para renovar e corrigir os estupros artísticos e culturais, que
o tempo em suas arcas há de guardar como trágica memória, de uma época auge do
fim dos tempos, quando se rompe o equilíbrio, como agora foi rompido. Mas que
será restabelecido! Aliás, já teve início quando uma criança feliz olhou nos
olhos da bruxa e em vez de fugir apavorada de medo, mostrando-lhe a língua, fez
uma careta e riu com muita graça da figura triste e velha personagem das
sombras, que ainda vestida de estadista demonstrou vergonha, de tão ridícula,
diante da criança.
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