quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

ELE JÁ VEIO E ALGUNS O RECONHECERAM


A SAGA DOS CAVALEIROS

Entusiasmado, como se estivesse sonhando um belo enredo metafísico, ponho-me a imaginar encontrar-me de repente num ambiente místico, talvez no interior de uma gruta ou até no santuário de um templo, quando solenemente ouço alguém anunciar: - Eis que se apresentam para dar inicio à grande luta da luz contra as trevas, o Cavaleiro da Ordem do Santo Graal acompanhado pela sua Dama, e perfilado a seu lado esquerdo, também ladeado de sua Dama o Armado Cavaleiro na Secreta Ordem do Rei do Mundo - Melk-Tsedek!

E assim, depois de identificados e após apresentarem as suas credenciais na forma do rito formal, revelassem ao mundo a boa nova de sua missão, aquela que (a cada instante tudo renova pela transformação da vida energia em vida consciente) segundo anunciara alhures o profeta!

Mas quando e por onde andariam esses magníficos personagens? Em que terra ou em que mar, que fosse até no ar voando além do sonho?

De repente, diante da atual descriminação que separa as pessoas pela cor, sexo, condição social etc., de qual raça eles seriam? Negra, branca amarela ou de suas derivadas? Certamente não haveriam de ser indiferentes aos malfeitores dos homens e haveriam de proteger as crianças. Já para os iniciados, sem qualquer dúvida seriam Adeptos perfeitos.

Mas ainda que sejam raros, existem, sim, de verdade! Lamenta-se, entretanto jamais serem vistos por terem sido renegados e perseguidos por aqueles que se contentam com o orvalho da fé e com ela constroem apenas palácios, e jamais "pontes".

E até eu, que pessoalmente fui um pouco além da crença cega, às vezes fecho os olhos e deixo-me levar pelas vias tortuosas da emoção, tropeçando, e até às vezes caindo no fosso da cega e falsa fé me assusto! É quando compreendo com mais clareza um dos aforismos de Pitágoras: (Tendo saído de casa, não retorne, pois as fúrias serão seus acompanhantes).

Por isso vale a pena, ainda que na imaginação ou sonho, tal como se imaginam divinizados, encontrar tais cavaleiros! Afinal, são eles zeladores da vida e das crianças e não se vestem de santos.

E um bom nome oculto para eles seria o de Encobertos!... Até porque a santidade envolve outra regra, que não é o caso no caso dos cavaleiros a regra da fé cega.

Embora a regra da comunicação se faça pela boa e velha palavra, Eles se comunicam muito bem também com gestos, atos ocultos, metáforas e até através do silêncio fecundando a mente cósmica e abrindo os canais da inteligência luminosa para os homens despertos e de boa vontade.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

AINDA A PALAVRA...



Quando o Silêncio é preferível, à Palavra vazia...
Acorda Brasil
Relutei bastante até tomar coragem para falar deste assunto, mas diante de uma tragédia sem precedentes, no país, que mobilizou mentes e corações e provocou lágrimas e adormecidos rancores... Ou quem sabe a mais profunda ignorância de alguns espíritos de porco, metidos a decifrar o carma coletivo OUVINDO VOZES DA ASTRAL? E se puseram a escrever friamente asneiras, sobre causa e efeito...

Vi, sem querer ver, o que não poderia ser escrito tal a pobreza dos argumentos, mesmo que não fizessem críticas e até meio assim como quem diz sem querer dizer na mais inocente ignorância fantasiada de saber, sugerindo ter sido um resgate Cármico! Efeitos de atos semelhantes no passado?. Todos os acontecimentos são efeitos de uma causa, mas me recuso a entrar nos detalhes sórdidos sugeridos nessa conversa mole, como foram descritas as causas desse terrível acidente.

Muitos fatores concorrem para semelhantes desastres, há sempre muitos culpados, mas, claríssimas são as revelações de que o poder público está pouco se lixando com a segurança do cidadão!

A vida humana está absolutamente banalizada. Teremos mais alguns dias de comoção, muitas lamentações, “autoridades” ameaçando com inquéritos rigorosos, lágrimas eleitorais, mas dentro de trinta dias tudo passará ao esquecimento. Claro que a fatura eleitoral fica bem guardadinha no subconsciente, de resto tudo será esquecido e talvez alguns culpados, ainda que não sejam os verdadeiros, serão punidos.

Realmente o Brasil precisa de um choque moral, e o que ocorreu nesse desastre deveria acontecer noutro lugar, mas com todos os ratos dentro... Embora 234 vítimas, até o momento, não seja um número muito grande, ainda se ouve alguém dizer diante dos 50 mil assassinados por ano, que, somado às quase 40 mil vítimas fatais do trânsito, ultrapassam de longe as guerras em curso pelo mundo. Mas uma vida, uminha somente é muito preciosa, para ser banalizada num país chamado Brasil.

No entanto... não perderam a vida apenas essas crianças, um pedaço da alma do Brasil ardeu naquele incêndio. Uma página de sua história ficará indelevelmente manchada de sangue... Coberta com cinza e fuligem.

Muitas mães e pais morreram um pouco com essas esperanças, e o Brasil tão rico ficou de repente muito pobre. A sua riqueza fictícia revelou-se miserável diante do desprezo das autoridades para com os seus filhos, que mais uma vez se viram órfãos daqueles que se elegeram para governar...

Por isso, mais uma vez, acorda Brasil, desse alheamento, que as vorazes aves de rapina não dormem e dia e noite saqueiam a tua terra, tomam as tuas riquezas e agora já bebem teu sangue, Brasil!

Acorda e cumpre o teu destino de há muito traçado para brilhares perante o mundo que desaba, enquanto tu, que deverias alçar ao mais elevado estado de humanismo, de riquezas espirituais e de pão, ainda dormes? E não dormes o sono dos justos, mas a embriaguez dos indolentes!

Acorda que os teus filhos precisam de ti esperto, justo, alerta e disposto a dizer não ao desmando que tanto interessa ao vil oportunista, esse velhaco político que aos poucos vai destruindo os pilares pátrios, e tu ainda dormes? Acorda Brasil, pois tu és infinitamente maior e mereces muito mais que esse miserável prato de comida transformado em banquete, na televisão! Acordo Brasil, como NAÇÃO! Tu não és essa republiqueta de canalhas!
  

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

DA PALAVRA ORGANIZADA SE CHEGA À...


Língua
Ele, o maior de todos os poetas, dizia ao final de sua longa e rica jornada, pendurar os órgãos com que contava num salgueiro. Aí depositados, depois de magistralmente tocá-los juntamente com as suas guitarras e flautas, afinadíssimas, calou-se; mas o som da sua música, eternizou-se!

E eu, que não possuo órgãos para cantar nem guitarras, o que afinal  penduro, se nem salgueiro tenho, quando já se me cala a voz e até o ânimo? E à única voz rouca que ainda eu tenho, além de inculta cada vez mais magoada e triste, cala-se!

Infelizmente, para minha maior tristeza não se calam as vozes vindas lá de fora, misturadas com falsos sorrisos e promessas de carinhos, criando fantasias e anseios. Não para mim, claro! Felizmente para essas vozes já cerraram com cimento meus ouvidos; e à minha ideia de alma não agridem mais.

Mas não é que, por milagre, de repente todas as vozes se calam! Pena que mal abra os olhos de espanto e num instante a voz do mundo novamente aos trovões grita impropérios, vende com falsas ofertas e falsas promessas a todos os nadas!

E até Deus, que ironia, outrora em cerimônia ritualística sequer se podia proferir o seu santo nome em vão, vai agora aviltado e oferecido a preços vis em pequenas porções e pequenas medidas! E até se preferirem, embalado vulgarmente em plástico e outras vagabundas formas fabricadas na China e contrabandeadas pelo Paraguai o despacham pelo correio, para onde encomendarem esse deus, que pelas ruas e nas casas de oração vai rolando.

Enquanto isso, crianças vão à escola aprender o que há muito deveriam ter esquecido, e os seus pais, arcaicos e surpresos mal sabem quem são as suas crianças! Uma quase infinita distância existe hoje entre a nova criança e o velho adulto.

Abismos culturais se estabeleceram e grossas paredes de concreto armado se ergueram entre cada homem; e talvez só mesmo o tempo, cuja ação mais preciosa é a morte poderá corrigir e eliminar os obstáculos em alguns séculos!

Contudo, nivelar a sociedade humana por decretos jamais será possível. Enquanto houver indivíduos - e a natureza levou bilhões de anos para criar indivíduos - haverá fomes, lutas e intolerâncias, conquistas e derrotas, sábios e idiotas, grandes e pequenas mentiras e a vontade cada vez mais férrea de um déspota, querendo dominar os outros.

E foi assim que um vulgaríssimo cidadão parou um dia diante do poeta mor, para feri-lo, mas o ferido foi Camões, o imortal! e esse algoz, que nem de personagem lhe serviu, que nome tinha?
         
Talvez mais nobre e digno do que ele até o salgueiro soberano e também os arvoredos, com as suas frescas sombras e as fontes fossem, sim, sim enquanto eternas em seu canto e no mundo vivam!

Louvemos então ao Poeta Maior e aos seus pares, e reclamemos respeito a quem escreve e exercita o hábito de fazê-lo, pouco importa o que escreva, desde que o faça sem vis motivos financeiros, e desde que também não cometa aberrações nem atentados, estuprando a língua.

E àqueles que a enriquecem ao longo do tempo salvem, deem guarida amiga, por esculpirem magnífico lustro pelo uso culto e popular dom, em luso verso e belo prosear.

Todavia regrada e muito bem canonizada pelos elitistas das letras! De tal sorte que é hoje já uma gigantesca e magnífica obra de arte, cujo ressoar no canto eternizou-a Ele e outros Grandes, antes de nos salgueiros e outras árvores generosas pendurarem os órgãos com que contavam suas alegrias e tristezas, os seus amores, as suas fantasias e belezas, que só uma língua mãe pródiga e gentil pode oferecer.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

DA INTERJEIÇÃO À PALAVRA


A Palavra

Estranha e magnífica forma de expressão é a palavra! Se nós quiséssemos brincar com ela se poderia dizer, por exemplo, que “expressão”, muito bem poderia ser “ex pressão” ou antiga forma de arrocho... Já como verbo no presente, “expressa” poderia ser “ex pressa” e seria agora devagar? De vagar por aí sem rumo?

Ciência poderosa, nada a ela se compara no mundo da “comunicação”. Ação de comunicar co-municiar. Tenho um amigo virtual, Dr. em filologia por Coimbra, que andou por aqui um tempo, depois calou-se. Bem que ele poderia pegar este texto como esqueleto, por exemplo, e dar-lhe um trato artístico ou acadêmico, mas não aparece mais por aqui, o Dr. João!

João é nome de Arauto, Iokanã, Anunciador cuja boca serve de instrumento à voz, através da fala. Mas fala legítima com o uso das palavras e tudo, não assim numas coisas modernas de falar sem palavras, ou em metáforas esquisitas, nem recortadas nem nada... palavras mesmo inteiras e no sentido lato, e quando em metáforas que seja com arte, com poesia e mais precisamente na forma de soneto, que no caso do Dr. João é mestre em “Sonetar”. Os amigos vêem como a palavra é generosa? “Sonetar”!  e o que seria isso? Criar sonetos ou declamá-los?

Se os meus amigos lessem os comentários de ontem veriam dois exemplos de quão viva é a palavra; no primeiro reafirma a sua importância ao citar alguém de luz, e no terceiro comentário o tema das palavras se tornou peixes, generosamente como arte, expressando alimento, também como gratidão.

E pensar que nas primeiras vocalizações da raça não passavam de interjeições monossilábicas de sentimento! Vejam em que se transformaram aqueles uis, ois, ais! (riso) Assim também teria evoluído a humanidade e nos chamados três mundos: físico, psíquico e mental e chegado aqui já bem harmoniosa, embora não satisfeitas algumas pessoas se auto-deformem com certos artifícios, que lembram até partes bovinas incrivelmente prejudiciais à coluna vertebral... (de novo riso)

Bom, para terminar esta breve e rude prosa, diria mais uma vez da minha profunda admiração pela palavra viva, e me solidarizo e sofro com ela quando despejada por certas bocas infectas se submete a impropérios, asneiras, mentiras, sofrendo terríveis afrontas sem poder reclamar, embora já alguém de grande vidência confessasse lhe ter visto uma cor arroxeada, de indignação, quando submetida ao assédio moral de certo simulacro de estadista. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

CONSCIÊNCIA E SABEDORIA


CONSCIÊNCIA
 A consciência é a síntese do conhecimento já firmado como saber, sendo então justo dizer que a consciência é o tesouro do sábio que transformou vida energia em vida consciência, como é o dinheiro para o materialista. Sim, o materialista tem no dinheiro o seu tesouro, não nos bens que o dinheiro pode comprar.

Exatamente como o sábio que à consciência como bem maior zela, e não aos benefícios que ela lhe poderia trazer. E nem digo que há aqui uma sutil diferença, entre o materialista e o sábio, pois a diferença é brutalmente oposta.

Por isso pessoalmente guardo profundo respeito à palavra, na mesma razão e medida com que os sábios respeitam o seu saber, ao qual zelam como um grão de areia de ouro, enquanto reafirmam Sócrates, “só sei que nada sei”.
           
Também eu à palavra tenho nesse mesmo conceito, por saber dela apenas o rude manejo com que vou transladando meus também rudes pensamentos, e não conhecer a arte de construir frases douradas, como as celebradas pelos sábios tanto do saber mais alto em consciência, quanto da língua culta e erudita.

Nem por isso deixo de usá-la, todavia sem a pretensão de acrescentar qualquer novidade que já no mundo não envelheça. Mas não custa entreter quem me leia enquanto exercito a língua pátria, tão mal tratada na boca de insensatos parlapatões da republica sindicalista.

Mas não pensem os meus caros amigos leitores, que me visitam diariamente e em silencioso diálogo mantemos nossa conversa respeitosa, que não sei de onde vindes! Até às vezes estranho, mas admiro a tecnologia que revela a vossa origem dos USA, da RUSSIA, da AUTRÁLIA, da INGLATERRA, PORTUGAL, ALEMANHA etc. e naturalmente do BRASIL. Não são aos milhares, não, mas certamente em número suficiente que me basta e desperta grande respeito e responsabilidade com a palavra.

Claro que também me dá grande prazer, e a cada um reverencio com a mais sincera homenagem de bem-querer. E tenho, por isso convosco um compromisso de escrever com lealdade; e sei que vós compreendeis isso muito bem e até sei quando não vos agrado completamente, mas também deveis compreender que amo e luto com a mais ferina espada da palavra por este país maravilhoso, que nos últimos dez anos vem sendo saqueado às vistas de todos e ninguém faz nada.

No mais, pessoas públicas não me dizem nada e nada contra elas eu tenho desde que não tentem usurpar os valores pátrios de 513 anos de história, nem destruir os bens materiais desviando-os do público para o privado, arrastando com isso também os valores espirituais, como ensina o grande Confúcio em... A ARTE DE GOVERNAR

“O exemplo deve vir de cima, lato é, dos responsáveis pela Nação.
Governar é simplesmente por as coisas em seus lugares. Quando o dirigente dá bom exemplo, como ousarão os demais agir erradamente?
Se o Governo é bom, o povo se tornará bom. O Caráter do governo é como o vento e o caráter do povo é como a relva, e a relva curva-se na direção do vento".(Palavras de Confúcio sobre a Arte de Governar)

sábado, 26 de janeiro de 2013

RELIGAR SEMPRE MAS...


Ainda Há Elos a Desligar...
A estranha maneira de iniciar uma conversa, certo que alguém vai lê-la, cria uma expectativa e obriga à responsabilidade com a palavra. Sagrada, certamente sagrada até mesmo quando ferina a palavra se dirige qual flecha envenenada contra o meliante...  Hoje, sem nenhuma surpresa no Brasil tem seu alvo certeiro no ex-presidente.

Esse cidadão desprezível, por não imaginar o seu ínfimo tamanho nem saber de sua gigantesca vileza nem cabe no espelho. Impúbere psíquico, amoral e destituído de valores humanos deve pensar-se alguém muito importante, quando na verdade todo mundo sabe o que ele é e nada além do suspeito e certamente culpado das corrupções que marcam o seu caminho.

Mas há quem muito bem vestido e ganhando muito bem talvez sem fazer nada porque nada saiba fazer, e até mesmo proto-intelectuais e proto-filósofos (as) acreditam nesse arremedo de cidadão que nunca leu um livro, muito pouco trabalhou e odeia a liberdade e quem pensa diferente dele, o que é natural nas pessoas normais pensar diferente dele, já que ele sequer pensa! No máximo rumina intrigas e terríveis sabotagens contra os seus concorrentes.

Isto posto, retomando o tema da palavra depois de uma escorregadela em terreno enlameado onde se encontra esse sujeito, sigo pelas vias tranquilas de civilidade humana, coisa que não é possível quando se desce ao nível desse abjeto simulacro de pessoa.

E como podem notar os amigos leitores, é tão viscoso o limbo onde se encontra esse cidadão que até pela simples via das palavras precisamos fazer várias tentativas de voo para decolar desse ambiente infectado por ele. 

Todavia fascinante é contemplar o chão do alto! Ainda que o veículo seja o pensamento expresso em palavras e as pessoas vistas no coletivo humano escondam essas máculas asquerosas!

Os amigos notaram a dificuldade de tirar os olhos do chão, como se uma força negativa gerada pela presença do sujeito ignóbil exercesse uma atração fatal?

Mas do alto do pensamento e já controlada a dor de cabeça provocada por esse tipo de pensamento, a conversa retoma o trilho da lucidez mental à que os nobres taoista praticantes de Tai Chi chamam de eixo físico, psíquico e mental.

Realmente o cuidado com a palavra, publicada, tornada pública deve ser leal ao pensamento do autor, tanto quando no eixo quanto quando de indignação revela a identidade dos traidores da pátria.

O tema, portanto é meio espinhoso. A palavra merece respeito e o respeito é sinônimo de lealdade relativa, que não existe verdade absoluta para lealdade absoluta.

Bem, e para tomar a reta final desta conversa cujo tema acabou sendo a palavra, fala-se por aí e está mesmo muito em voga a nova consciência. E o que seria a nova consciência? Ora, se a mente universal precisa do exercício de baixo para cima trabalhada pelo homem e com o modelo talhado pelo pensamento dos grandes iluminados, grandes pensadores e filósofos que a ferindo, já o modelo consciente está pronto numa esfera vibracional, mas ainda não alcançada por deveras muito ALTA ainda estar para o homem comum.

Anunciar por aí uma nova consciência, como se ela caísse do céu ou surgisse no plano mental como modelo novo é no mínimo estranho. Por exemplo, o nível mental trabalhado por Cristo, Buda, Platão, Einstein, JHS, ADEPTOS e outros dessa estirpe que vieram recentemente, inclusive Mastreia, na medida do entendimento que cada uma faça Dele paira iluminada e experimentada muito acima da consciência humana, e seria até inútil acrescentar mais ao já tanto inatingível.

Bem, eu acredito que nessa questão de consciência é necessário, como em tudo na vida, um veículo que a expresse. Vibração dimensional ou sutileza astral na qual a terra eventualmente está entrando, depende de pessoas conscientes mentalmente evoluídas que a percebam, mas chamar isso de nova consciência me parece um erro, pois de há muito já existe e se renova cada vez que um gigante espiritual a exercita.

Afinal, consciência na boa e velha língua portuguesa é muito clara: com ciência.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

NA METADE DO CAMINHO...



Elos de Uma Corrente
Prezados amigos leitores, desde a mais sutil partícula à mais distante galáxia qual seria o elo que une, sem a gente sequer imaginar o que liga tudo num todo? Alegam os grandes Iluminados e a ciência mais avançada já provam essa ligação...

Numa cadeia em forma de sutilíssima tela tudo deve estar realmente ligado numa dimensão tão infinitamente pequena e distante de nossa imaginação, que é difícil qualquer teoria, e nem mesmo a física mais avançada se aproxima das provas definitivas.

Dizem os físicos que as micro-partículas sem massa formam um todo onde o universo estaria unido e conectado, e a princípio, em tese deve ser isso mesmo, mas imaginar a magnitude que é ao mesmo tempo espaço infinito com tudo que existe dentro e uma única partícula de onde tudo proveio, não é possível à mente racional formar uma ideia precisa.

Imaginar então a partir dessas três premissas: espaço infinito, partícula única e vida universal capaz de criar formas às quais anima e dota de mecanismo de reprodução semelhante, que tipo de inteligência lhe estaria por trás?

Dizer que é Deus está bem, que seja Deus, mas como é Ele e o que é possível saber Dele senão como a inteligência absoluta que organiza o todo e governa as partes sem, todavia ser possível vê-lo ou mesmo entende-lo?

Apenas por formular semelhantes questionamentos surge uma espécie de alheamento e se perde o eixo científico e as referências químicas, biológicas e psíquicas, que dirá conceber uma teoria universal que englobe tudo de forma harmoniosa como é a coisa toda?

Se em estado de micro partículas, existe o elo que une o universo todo, também de algum modo o homem é um elo intermediário, quase mágico, devido sua capacidade enquanto individuo de ao poucos ir desvendando esse mistério da criação.

Supondo que Deus é o dentro e o fora de tudo e é também esse tudo, sem, todavia ter em si mesmo um olhar que o desvendasse pelo de fora, embora dentro, pois em termos de infinito não há dentro nem fora, e criou então o homem, esse estranho e pequenino ser feito à sua imagem e semelhança, com possibilidades por ser ele mesmo para revelá-lo.

Na minha humilde opinião, cada dia fica mais patente a possibilidade do homem ser realmente capaz de se tornar Deus, pois como afirmam todas as doutrinas de que o homem é Deus, mas disso teria se esquecido, como ensina Santo Agostinho, e à media em que vai desvendando o universo, vai revelando, também, ainda que até às vezes o negue, o seu criador. E ainda considerando a teoria Teosófica dos Sete Sistemas de Evolução onde o homem se desenvolve e estando ainda na metade do caminho, o futuro de quem prosseguir nessa marcha promete.

Mas realmente o universo é fenomenal, para não repetir o Hindu que afirma que é ilusão, pois eu poderia dizer qualquer outra coisa, como escrevi já em algum lugar, no entanto escrevi isto que ora estais lendo. No mundo das idéias isto é perfeitamente possível, já na esfera universal, do ponto de vista dos códigos e leis não. Senão a pimenteira poderia dar morangos e não dá. 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

FIM DE UM CICLO


Hipócritas

Cala-te hipócrita! Respeita e guarda silencio em homenagem ao Senhor que ofendes, e sem respeito ao seu nome acorrentas alienados os teus irmãos, com as tuas mentiras! Irmãos? Talvez em espécie, mas não em essência nem por caridade, porque eles creem e tu mentes por uns míseros tostões!


Tostões, sim, dízimos e pedaços de pães somados reverter-se-ão em milhões, com os quais até castelos construís! De pedra, certamente de pedra e barro, e por isso ruirão, provavelmente soterrando-te entre os seus escombros!

Porque pedras e barro são tuas palavras com que apedrejais o Senhor, conspurcando-lhe a imagem e profanando o seu santo nome! E até ao livre arbítrio desse honesto boa-fé usurpais, negando-lhe esse princípio fundamental, que o recebeu como instrumento da sua evolução!

O direito universal à liberdade de pensar por ele mesmo sem temer o futuro nem o inferno com que o ameaçais, sim, pois infernal é o teu veneno chantagista, com que tomais o seu mísero tostão, em troca do falso paraíso!

Queres por todas as maneiras fazer vivas as palavras mortas, mas jamais obterás êxito; embora consigas desviar o pão da boca dos infelizes para os teus bolsos, jamais farás qualquer mentira tua verdadeira.

Hás de ir, por isso, ao lodo da consciência por longas décadas, hás de ir sim, mas até tu sairás de lá um dia; e se, sem te reconhecerem fores visto depois mendigo como tantos outros pelas ruas, muito mais evoluídos do que tu és agora, ainda que te reconheçam não te apedrejarão! Certamente bondosos, deles receberás esmolas como aos dízimos miseráveis que hoje tomais dos pobres, pois, ainda assim o Senhor te perdoará concedendo o mínimo...
Mas não deixarás de pagar o que deves! E ainda não te lembres desta vida, pela bondade da Lei, mas também ainda que não exista aquele a quem chamais demônio, será ele o teu algoz... Afinal, tu lhe deste a vida e ele vive dentro de ti!

Cala-te então hipócrita! Ah, mas não te calas, porque a ânsia pelo dinheiro torrou-te o juízo e não há o que trave a tua língua! Que pena, o falso poder cegou-te e cimentou também os teus ouvidos?


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

VIDA HUMANA



VIDA HUMANA NUM ATO TRANSITÓRIO

Viver é respirar e se é essencialmente o que se come, o que se bebe, o que se sente, e que se pensa; e o que se sente e o que pensa são fruto do que se lê e aprende.

E isto determina a harmonia da interação com os chamados “três mundos”, sendo mais ou menos vivenciados pela qualidade das referidas essências que servem a esse homem trino.

O grau de evolução é determinado pelas escolhas de cada um, inclusive o alimento físico, que será de acordo com o conhecimento específico e do conjunto da obra tanto ético quanto moral no mais amplo sentido... pois um estado determina o outro. Mental abstraído, sentimento sublimado, alimento suficiente e nada além da suficiência, mas com prazer honesto e adequado, digamos! Não se deve também esquecer dos cinco sentidos que estão conosco para serem desenvolvidos, e então o paladar com o prazer da mesa, o olhar na contemplação do belo, ouvir o som harmonioso da música, seja ela o sussurrar do vento, o som de uma infantil voz, ou uma divina música...

Considerando o choque que deu causa ao desequilibro da terra, hoje em aproximados 23 graus, surgiram as quatro estações do ano e os quatro temperamentos do homem: sanguíneo, (ar) bilioso (fogo), nervoso (terra) e linfático (água). A um do quais pertencendo cada pessoa, não basta, por exemplo, ser vegetariano por impulso. Pelo menos para as pessoas de um destes temperamentos é imprescindível o uso da carne na sua dieta...

Consciente já da ciência contida na frase “bendito o leão comido pelo homem e maldito homem comido pelo leão”, pense o carnívoro com remorso na alquimia em que a carne do animal que vier a servir-lhe de alimento em mental humano transformar-se-á e outra maneira ele animal não teria senão essa.

Portanto a instrução, ou ao contrário, a desinformação acabam por determinar mais ou menos evolução, mais ou menos saúde nos três mundos a que estamos ligados.

E é de tal maneira de acordo com os códigos universais, que ética, estética, honra, moral e humanismo como valores universais de espírito que, praticados pelo homem se refletem e passam a ser também os valores de sua alma. E a partir desta já harmina nos dois mundos superiores, o corpo cumpre com alegria a sua função temporária no terceiro mundo, em harmonia entre os três.  

É difícil compreender este processo? Certamente não, mas o homem vem de longe construindo sua identidade e lutando pela sua sobrevivência enquanto individuo em formação, e veio adquirindo vícios, muitas vezes pelas defesas que desenvolveu, mas está na hora de abandonar certos miasmas ainda lunares, para semear na terra com arte e denodo as sementes, cujos frutos alimentarão sua alma.

 Mas não se pense na alma no conceito místico religioso, mas sim na alma peregrina feita de emoção e razão e não outra coisa estranha.
    

Para quem gosta de astrologia segue um resumo da astróloga Graziella Marraccini 
Sobre os Quatro Temperamentos de acordo com o zodíaco

“Os quatro temperamentos básicos são: 
Bilioso: que depende dos signos de Fogo, (Áries, Leão e Sagitário) e dos planetas Marte e Sol. Predispõe às doenças da biles e inflamatórias, torna a natureza excitável, temerária e febril. Confere predisposições ativas, políticas e militares. É um temperamento de ação.
 

Nervoso: que depende dos signos de Terra, (Touro, Virgem e Capricórnio), e dos planetas Mercúrio, Urano e Saturno. Confere uma forma de agir agitada e apressada e predispões às doenças de ordem nervosa. Confere aptidão para profissões científicas, comerciais e intuitivas. É um temperamento de pensamento.
 

Sangüíneo: que depende dos dignos de Ar (Gêmeos, Libra e Aquário) e do planeta Júpiter em particular. Confere uma natureza ativa e um corpo rechonchudo, e predispõe às doenças do fígado e à apoplexia. A natureza é jovial e otimista. Confere aptidão para as atividades industriais e intelectuais. É um temperamento de ação.
 

Linfático: que depende dos signos de Água, (Câncer, Escorpião e Peixes), e dos planetas Lua, Vênus e Netuno. A sua natureza é anêmica, lânguida e letárgica. Tem tendência à hidropisia e à falta de glóbulos vermelhos no sangue. Possui disposições artísticas, plásticas, contemplativas e emocionais. É um temperamento de sensação e sentimento.”
 


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Desde o Verbo à Carne Muito Tempo se Passou


Destroços no Pântano

“No início era o verbo”: não se deveria confundir esta frase magistral, com a cópia que até parece sátira que em má hora a interpretaram os tradutores mal informados. Mas tendo atravessado os tempos corrompendo-se, veio até os nossos dias atormentar os pesquisadores da verdade e bem intencionados.

Não é o verbo agente da passividade simplória, nem expressão da palavra que sequer havia ainda quem a falasse, antes da carne, que se faria. Em sua mais exata e pura essência define o ato inicial da criação do universo, enquanto Ação movida pela Vontade do Eterno, função semelhante como é até numa oração, e desde aquele momento e para sempre enquanto existir o verso do uno, porque antes era o caos da inércia passiva, a partir de então o verbo como embrião do movimento dos movimentos é a Vontade Infinita do Eterno...

Bilhões de anos já se passaram e a voz ainda permanece no estado passivo de um verbo estranho na tradição religiosa do ocidente, na cantilena e na voz daqueles que pretendem transformá-lo em dízimos, credos, dogmas e misérias mentais, quando na verdade é como é em todos os verbos a ação de criar, gerar movimento, agir...

E é assim que por vis metais acorrentam os pobres de espírito e miseráveis de saber, para com as trevas da mais crua ignorância alimentá-los; e para que não os banhe também o sol da verdade; mas ainda um dia hão de acordar com a luz que em vez de cegá-los como agora cega, abri-los-á.

Abri-los-á tão completamente, que de imediato os olhos de seus falsos profetas diante de tamanha luz se fecharão.

Já pregaram à cruz o Filho do Verbo, acorrentaram à terra todos os desvalidos mentais, e ainda em pedaços e escárnios o exaltam em praça pública com exclusiva letra morta, e até aos berros agressivos e insanos o oferecem a preço vil!

Aos demais a quem excluem e agridem com impropérios rogando pragas e fazendo ameaças com o inferno, ah! a estes excomungados saúdo em memória daquele momento histórico marcado por João, quando impedido de falar! – Pois de qual outro “vocábulo verbal” haveria de ter saído o inferno, senão de ínfero! (onde Ele desceu?), mas para lá não haverão de ir pastores, que o inferno deles é de fogo.

E sendo já outono, as amareladas folhas caem ao chão, anunciando rigoroso e duradouro inverno! Só muito tempo depois, já na primavera novamente as flores e os lírios do deserto se abrirão, para deleite dos heróis que ao rigoroso frio resistiram praticando o verbo como ação, não como ladainha e canto vão.

Não são tantos os heróis, mas são bons por terem resistido ao intenso e rigoroso inverno e nos estendendo a mão firme, deles outra etapa mais lúcida e culta iniciar-se-á, mais sábia e livre da fé cega, que a muitos ao abismo já arrastou.

Todavia logo vai amanhecer mais outro dia, mas não há ainda o trigo novo! E o velho as formigas consumiu boa parte e um tempo considerável há ainda que se esperar. Mas felizmente com a ausência dos desejos, porque os objetos das paixões passem rapidamente, diminui a fome e não há nada para temer... O verbo? Sim, o original no original sentido sacia a fome, traz movimento, vida e renovação! Nem tampouco o movimento pode ser interrompido!

Porém as vestes costuradas pelos fariseus de todas as épocas foram-se-lhe retiradas, para que nesse dia brilhe a eterna possibilidade de surgir a única verdade que atravessou todos os tempos, todos os credos, todas as fés e ocultamente a única verdade escapou das traças.

E ante o pedestal que reflete a luz da lua e da ilusão não ri o povo eleito à luz do novo sol... Porque até parecia um pedestal, em verdade parecia, mas confirmam-se as suspeitas de que aquela luminosidade todo era brilho falso: e o templo de barro edificado sobre o pântano e a aparência de subido e santo, não passavam de mero reflexo da luz astral.

À sua volta não há cinzas, e depois da chuva há lama; e o quadro triste aparece meio submergido na figura de uma boneca sobre a lama denunciando que por ali também levaram crianças, também mentiram promessas de fartura e salvamento.

Ante tal quadro chora quem passa por ali de profunda tristeza, mas não de escárnio! Já, já a alegria se refaz sobrevivente das lembranças antigas de quão tentadoras vezes pararam a ouvir promessas de céu e salvamento, mas resistiram.

Felizmente não acreditaram, senão como estariam agora ali, a contemplar o pântano, o abandono, quando rolam lágrimas de tristeza pelas crianças que para aí arrastaram?

Ante seus olhos, o pedestal que lhes parecia subido e digno destroçado e agora boia no meio do pântano, na lama fétida apodrecendo com os dejetos dos seus criadores.

E assim paira quedo, imóvel, desfazendo-se sem história digna de ser contada. Restos Cármicos materiais dos infelizes exploradores da fé alheia, que se tornaram cegos e surdos ante o lucro da profanação do Verbo Singular e nem na falsa arte será reescrita ou reciclada do lixo, pois o sentido universal do Verbo Inicial foi, é e será sempre agir no mundo em prol da evolução.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Passagem das Horas


Alminha
Aqui neste espaço contemplativo diante de uma pequena tela em branco procurando encontrar palavras adequadas para descrever o vazio, não há realmente nada que valha a pena contemplar e muito pouco há o que escrever.

Ensimesmado ao extremo, também procuro um sentimento real que nasça para além das entranhas, mas nada. Chego realmente a duvidar se existem sentimentos amorosos dignos de senti-los.

Mergulho de repente no centro onde julgo processarem-se as emoções e os sentimentos mais constantes a ponto de criarem calos, mas não sinto nobreza nem alegria no que há por ali, embora os calos. O longo tempo em batalha contra os vendilhões da pátria nesta área de baixa vibração num autentico pântano, pois se quisermos combater os bandidos nós temos de ir onde eles estão, e esse combate parece ter enevoado a passagem para o vestíbulo onde se cultivam os nobres sentimentos amorosos, e até já nem sei ao certo se é passagem é ir em frente ou é uma subida!

E os planos de fuga, - todos nós temos uns planos de fuga quando queremos evitar certos sentimentos, - os meus sempre me levam a um lugar antigo sem grandes “vinhos” nem companhias adoráveis.

Em razão disso, quando não estou ativo, o que mais quero é dormir. E quando durmo e sonho só as criancinhas trazem colorido e realmente alimentam alguma esperança fraterna de verdade. Quando desperto, dou meia volta e eis-me diante da tela fria de um computador!

Mas é preciso escrever. Há pessoas que gostam de ler, embora muitas gostassem que escrevesse o que elas gostariam de ler, mas por duas razões distintas não sou capaz de atendê-las.

Primeiramente por não saber o que elas gostam realmente de ler; e a segunda por não gostar de escrever nada que não ande no momento da escrita no meu universinho mental. Como nele vagueiam imagens do passado, a saudade renasce como sentimento desejável e dá o tom melancólico ao tema.

Retorno ao tempo da inocente juventude, e aí contemplo rostos e ouço vozes de meus amores que marcaram minha alminha. E aqui alminha não é no sentido carinhoso. É no sentido oposto a “almona”, alma grande. Acho que retoma o tamanho de criança lá na aldeia, quando na infância não havia metafísicas nem físicas questões de almas velhas nem grandes.

Bem, e é assim que escrevo por escrever o que anda na minha alminha, e espero. Espero e espero a quem nunca vai chegar. Enquanto isso o impostor do tempo que não existe passa, e Ela nem telefona...    

domingo, 20 de janeiro de 2013

HOMENAGEM AOS IDOS ANOS... EM 15/06/95


Mensagem aos Amigos – 


Teremos mesmo refletida nos amigos a imagem fiel dos nossos defeitos, como afirmam alguns teóricos da psique? Certamente esta afirmação não é correta nem se aplica aos amigos verdadeiros, pois, mesmo sendo raríssimos os amigos verdadeiros não jogam sobre os outros seus próprios dejetos emocionais, nem os responsabilizam pelos seus conflitos ou fracassos.

Isto para se falar da velha amizade platônica, dos bons tempos e sem precisarmos de citar outros princípios que hão de fazer parte da personalidade de homens evoluídos, ou pelo menos bem educados.

A questão do caráter é coisa muito séria, que muitas vezes se ignora; passa-se mesmo por cima de elementares princípios da educação em nome de um personalismo arcaico, e até nem haveria nenhum problema, se entre estas pessoas não estivessem aquelas que pretendem ser muito elevadas e andem por aí a fazer escola, e não também andassem algumas até buscando a iluminação em colégios iniciáticos.

Entretanto, cremos com certo grau de certeza que estas pessoas deveriam antes de buscar o divino educar-se, em nível razoável de civilidade, como pessoas terrenas amistosas, para depois sim, almejarem outros vôos mais altos.

É muito triste quando se ouvem comentários de “amigos” narrando com precisão os defeitos alheios, mas que aos olhos nos saltam serem projeções deles próprios, embora disfarçados de adereços ao pescoço, brincos caríssimos nas orelhas, sem, todavia conseguirem esconder a máscara, apesar da maquiagem e outros penduricalhos reluzentes.

Condená-los por isto também não podemos, nem devemos porque não têm culpa. Pobres de espírito, e pobres de espírito no sentido literal por faltar mesmo esse toque maduro de clareza, e antes de qualquer castigo são merecedores de compaixão; mas nós não devemos também ser compassivos em todas as horas! De vez em quando  precisam ser beliscados, mas com muita cautela para não melindrá-los e sem os julgar!

A sua leviandade já é por si muito cruel. E a sua boa e madura educação que ainda não amarelou adquirindo cores douradas substituem-na até com enfeites, mas revelam ainda mais fugas e compensações entremeadas de goles de cachaça, mas já algo embrionário lhes causa melancolia, revelando a falta de algo...

Deveremos sentir pena ou lamentar estarem ainda verdes as frutas quando passando pelo pomar as observamos? Não! Lamente-se apenas muito de leve não podermos comê-las!

Da mesma forma não se deve sentir pena dos “amigos”, que de alguma forma nossa pena é o embrião de nosso julgamento e ao julgá-los sempre entra no processo o conteúdo da presunção de quem julga.

Ou não é verdade que o indivíduo o é por seu particular estado de ser, ver, sentir e ouvir? É então o agente de si mesmo qualquer indivíduo, e então “julgar” sem ser magistrado pelos autos de um processo, é perigoso imprimir na outra pessoa os próprios conceitos, vícios, defeitos, mas nunca as virtudes que a estas as julga exclusivas e somente suas.

Enfim, julga segundo a crença absurda de que existe separadamente o bem e o mal, e sempre o bem vencerá porque ele é o bem e no fim sempre vence. E não é verdade, nem é este o jogo da evolução, ficando muito bem concluir esta prosa com a sentença do maior sábio de todos os tempos: JHS - “Nem bem nem mal, senão a grandeza sublime da Lei”.

sábado, 19 de janeiro de 2013

GOTAS DE SONHO



Telhado Ainda Gotejando Pelo Sonho


Para transformar o sangue em vinho bastasse alguém beber tanto vinho quanto fosse necessário e expulsar todo o sangue do sistema! Mas não! Bebê-lo-ia eu tanto se fosse possível e o pudesse, para deixar meu coração vazio ou bêbado sem doer-me como dói tanto nesta manhã fria de intenso sol ardente.

Sofre a alma as dores – o físico não, por não ser este o seu penar nem sentir – nada sente o corpo, mas dói-me o coração; os objetos do desejo a as filhas da emoção provocam-me tais sensações somáticas, até um pouco amargas, e por isso injustamente leva o pobre corpo toda a culpa sem culpa alguma ter, feito burro de carga suportando as espetadas; mas ainda bem, só ilusoriamente as sente. 

A ignorância faz-nos sofrer dores e todas as confusões em que entramos, quando deixamos de ouvir os órgãos sensoriais internos.

Da minha alma tenho apenas o sentimento do desligamento de mim mesmo, como se ela fosse independente do todo que eu sou. Mas não perdi a consciência de ego completo; mas ainda assim dói-me a alma e nem o vinho poderia expulsar o sangue para deixar meu coração vazio ou bêbado.

Talvez o fel amargo nesta manhã seja a única coisa que eu posso saborear. Conquanto ainda respire o hálito vital e eu viva, e é isto que me retém preso ao chão. E reafirmo estas coisas para mim mesmo sem qualquer prova ou ciência, apenas porque respiro.  E me basta respirar. Vivo porque respiro. Mas porque saberia que respiro? Pela ardência pulmonar! E porque essa ardência pulmonar? Por talvez longos anos feito um tolo alegre andasse por aí a fumar!

Mas, e a dor do coração? Bem, como ainda há pouco fazia frio de arrepiar em pleno sol escaldante, num instante a temperatura baixa subiu e a alta baixou ao nível de uma olhar na outra na horizontal, e o coração sossegou, de repente.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O EU


EU
Sê manso, humilde, serena os teus volitivos pensamentos, cala as tuas paixões e deixa o ser real agir por ti. Coloca-te diante do mundo como mero instrumento de teu eu, aprende dele a dimensão da existência. Dele emana o inacreditável, porque à tua mente racional parece inacreditável!

Mas como tu és dele apenas sombra e sem a sombra ele não existe como tu; sê ao menos espelho cristalino e aprende com a forma canônica e da ação silenciosa do teu corpo, o segredo da manutenção da vida, a arte suprema da transformação da qual o mais sólido alimento no mais sutil pensamento se transforma.

Identifica-te com o teu eu supremo. E assim quando para além do que entendas por ele na mera condição de espelho a ele fores te unido nos Três Mundos, seguirás então sem distração pelo caminho claro e perceberás o que é ilusório... E do real que preenche a sombra corpórea do qual és mero instrumento, nessa condição sê digno mesmo que  apenas como o seu espelho. Mas presta atenção e muita cautela, pois se nesse corpo mortal te deixares enredar, no fim do ciclo vital do filho da terra ainda que de muitas vidas, na terra tombarás e aí acaba o teu ciclo...

Mas vive nele sendo mesmo ele como parte passageira de ti, tu não tens mesmo outro para andar na terra, porém confia na intuição que emana da tríade monádica, porque o duvidoso e vacilante passageiro, é o filho da sombra inconfiável...

Sim, és tu também esse! Tu e ninguém mais. Mas já não podes fingir. Só em ti deves confiar, porque és mesmo a tua verdade, a tua identidade, és o senhor da vida no chão e no céu como qualquer semelhante a quem deves respeitar com tal... Mas lembra-te, quem prioriza o senhor do chão ignorando completamente o senhor do céu, nesse a segunda morte pode vingar e morrerá voltando ao pó...

Mas tu, só porque te disseram que eras pó? Quem disse isso também disse pó de estrelas, quem disse pó de estrelas disse também luz e quem disse luz disse espírito, que é o Pai e Mãe e Filho num só e és tu!

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ex Oriente Lux e ora Ex Ocidente Lux


Ex Oriente Lux e ora Ex Ocidente Lux

 “Ex Oriente luz”, está tal legenda nas páginas do tempo assinalada através dos símbolos dos seus principais personagens, nas cores e números, e porque também não haveria de estar na música a guardar o passado glorioso, e o seu místico sabor?

No Ocidente, historicamente narradas por profetas e arautos meio veladamente já as boas novas foram reveladas através da voz do supremo revelador Michael, ao soprar a trombeta e anunciar o fim do velho ciclo, inaugurando o novo. Mas só para quem tem “ouvidos para ouvir e olhos para ver” ouviu e viu...

Também criou um sistema de filosofar novíssimo, no qual o esforço e a compreensão de cada um poderá levá-lo a ouvir o clamor do mundo, sem medo, e saber quando “essas coisas novas” acontecerão.

Grandes transformações moverão o motor que promoverá mais brusca ou mais lenta a renovação com gritos e correrias... Mas os comandantes, que de fato fazem as coisas se moverem são Personagens Divinos, Guerreiros, Reis, Rainhas, Sacerdotes e Sacerdotisas que nos legaram e legarão tudo que já temos com marcas, símbolos e sabedoria.

E se ainda estamos de pé, “vigilância dos sentidos”, pois mantemo-nos nessa posição apenas uma pequena dianteira perante aqueles que já se tornaram escombros!

De modo que, “ele já veio e vós não o reconhecestes” tornou-se regra, tal como constantemente na história se repete. Tudo por obra e graça do homem não conseguir olhar pra frente; e em conseqüência de olhar para algum lugar só porque tenha olhos e não saber bem lidar com eles, olha muito para trás sem nada ver e não sabe que lá fora quem lhe acena são as sombras, e nem percebe o velho fantasma que saíra de dentro de si.

É o velho passado enraizado desde o alto da cabeça até os pés, por ter faltado desde o inicio um eixo, que marcasse um arquétipo no futuro e agora transborda de insatisfação.

E esse arquétipo ou esse marco ou essa marca desse eixo só poderia estar inscrito como gene numa peça filosófica que encerrasse saber e verdade e durassem até a próxima seta a indicar o novo, sem, todavia haver seta nenhuma. Pois devido a escola, e a antiga e religiosa capela não andarem a indicar qualquer um carreiro digno de ser seguido... Voltou-se o homem a olhar para trás, contemplando as suas próprias e inúteis pegadas...

Assim, qual plantado o colhido e vê surgir diante dos olhos deuses mitológicos e o culto aos ídolos de barro se cristaliza. Porquanto, como no universo tudo se move em ciclos, num desses interregnos históricos cruzam os Oceanos barcas e caravelas e ao se cruzarem na velha Europa, aquele “Ecce Oriente Lux” daria origem à “Ecce Ocidente Lux”!

Desse encontro Celta, Ibero, lusitano... Surge Portucalis, depois Portugal da Lusitânia Luz ostentando o verde e o vermelho a dar sustentação às cinco quinas do estandarte pátrio, que indelével liga a um Henrique, fruto da européia raça e da quinta geração Adâmica, para fazer-se justiça à gênese humana ao unir-se em matrimônio à filha Ibérica - das cinco coroas de Astúrias a Castela; e como soia acontecer, nascia a Lusitânia Pátria.

E ao desfolhar rapidamente páginas e ondas do mar e da história eis Sagres, eis outra história serena e tenebrosa maré... E eis outro Henrique Mentor e Mestre e eis páginas ilustríssimas, e após águas e mais água, ilhas, praias e a orla de continente em continente, eis o Brasil da África, da Índia, da China... Mas só para os bons maçons meditarem sob a égide do Jota e do Be... E já Teósofos, eis o José!

E assim Henrique, outra vez José, eis também Pedro da antiga igreja do Cristo, eis Pedro libertador... Eis o Brasil desse Pedro eis o teu José Bonifácio...

Mas para não causarmos trombadas mentais nem impedimentos intelectuais e facilitar a linha de pensamento mais levemente, Jaquim e Bohas, o Jota Be e sua gênese Jnana e Bakti do Vedantino sistema, para lembrar que ante os fatos e as conquistas ocidentais, a velha escola Védica e seus sistemas de iniciação estão no passado, sim, assim como os demais movimentos citados, porém jamais sepultados!

As coincidências e a proximidade do que isto representa para o novo País, deveria ser observado com profundidade, e deveria ser tema constante de meditação para quem busca compreender o que acontece acima da história. Portanto, não os homens vulgares corruptos simulacros que dirigem o país, mas Maçons verdadeiros, Teósofos, Eubiotas, sérios discípulos, homens de boa visão, é a hora de olhar o presente com olhos do presente, para não mais se repetirem erotismos religiosos, nem os velhos erros do passado...

Por tais razões o saber de acordo com o Mestre Platão através do sensível e do inteligível e de acordo com isto viver, um milhão de vezes se me permitir o engenho e a força hei de repetir, isto sim, um milhão de vezes hei de repetir!

Pois, viver olhando o passado é viver? Não! Em total plenitude não, quando se conceba viver num ato de caminhar e seguir em frente; isto sim, é olhar daqui para o futuro...

O que podemos ver olhando sobre os nossos próprios ombros? O velho rito do passado? E embora os símbolos guardem a imagem da essência, falta-lhe o movimento dinâmico e a temperatura do sangue que a vida alimenta agora, falta-lhe o impulso da existência e a essência do aqui. O que passou, naturalmente porque passasse é agora apenas clichê e no máximo desperta saudade, e que seja então doce e boa saudade!

Não estará o homem ainda preparado para olhar para frente, ou o novo assusta? Pouco importa. Enquanto as seitas religiosas fascinem de cegar, só se poderá olhar para trás; e o mais que é possível proferir de própria voz, são as velhas ladainhas e os responsos, porque lhe é conveniente e nem é preciso pensar; afinal possui um mito, seja cristão, budista, maometano oriental ou africano... Porque também em todas as fés “Ele já veio e vós não o reconheceste”.

Por isso Teósofos, Iniciados e Sábios de todas as correntes do pensamento, não o serão se não forem absolutamente livres pensadores; todavia filósofos é que também não são! Entretanto algo não se poderá negar e se pode mesmo afirmar. Existe um país chamado Brasil e fala tanto e muito mais que um pobre gesto de olhar para trás a ver as pegadas do passado.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

FLOR DO BREJO


Flor do Brejo


“Estava linda aquela tarde de verão à beira do rio”. Quem ou o que estava linda? Aquela tarde à beira do rio ou a figura metafísica do sujeito oculto que na verdade seria “sujeita” porque estava linda? O verão nos trópicos é muito quente à tarde, pra se pensar na paisagem, mas quem falou em trópicos?

Essa região realmente só o poeta poderia achar linda aquela tarde, à beira do rio; em nome de sua arte ou da sua dama oculta criada para refrigério do seu martírio de ser poeta, ou talvez por não conhecer o sentido irreal das palavras que ora reverberam aos gritos pelo mundo.

E o que faria àquela hora o poeta à beira do rio, se a lua é a verdadeira companheira dos solitários sonhadores, que em boa hora trocam o ardor do sol pelos afagos da lua?
Passava por ali, talvez apenas passasse por ali!

E que rio seria aquele, em cujas margens a imaginação gera tantas interrogações e tantas dúvidas? Quem poderia decifrar esse mistério da lindeza oculta numa tarde de verão? O barqueiro esperando o mísero soldo pelo transporte do passageiro à outra margem do rio delirante, imaginado que a ave voando por sobre as águas à procura de peixes seria a fênix? Não, nem saberia o pobre barqueiro ocidental do mito da fênix! Ainda que já o sol na cabeça lhe houvesse amolecido o juízo não conhecia o mito da fênix!

É então possível que tudo se resuma ao mísero “tostão” que recebe como pagamento. Não, o barqueiro do Ocidente não ousaria filosofar de barqueiro Oriental!

Mas quem disse que aquele rio está no Ocidente, se os rios são todos semelhantes em lodo, lama, pedras, areia, troncos de árvores, farrapos humanos, cadeiras quebradas e restos de bebedeiras e até raros, muito raros alguns de água limpa e sem idioma pátrio?

De repente, num agito da água, “estava linda aquela tarde à beira do rio, a flor do brejo”! Foi o que finalmente revelou o papel ao desdobrar-se na superfície da água mostrando a frase inteira. E foi assim que uma simples flor do brejo despertou o olhar de alguém e declarou sua admiração no papel provocando aquela dúvida!

Mas, resolvida à questão, não importa saber quem achou linda naquela tarde a flor do brejo à beira do rio! Mas se o vento ao levantá-lo o jogou na água, então soprou uma brisa fresca, e isto é deveras maravilhoso devido o calor infernal! Quanto à flor do brejo à beira do rio, quem a teria visto e descrito a cena realmente não importa, mas ensinou-nos que “estava linda aquela tarde de verão à beira do rio, a flor do brejo” escrita num papel que se desdobrou com o agito da água antes de se desfazer ou a tinta se espalhar.

De qualquer modo, ainda bem que tudo foi esclarecido e não há mais dúvida de que “estava linda aquela tarde à beira do rio, a flor do brejo”, apenas e tão somente isso sem qualquer dúvida, e naturalmente a brisa que soprou, lembrando que alguém por algo semelhante a esse caso poderia até declarar guerra! Não é de duvidar, pois um simulacro de estadista por causa de uma mosca pousada no seu parto, é capaz de declarar guerra ao mundo!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

CANETA TAGARELA



 
Não sei por que alguém brigaria com a caneta, se ela não tem culpa de nada! Escreve apenas o que lhe ordenam e nem faz perguntas! Também eu sou uma espécie de caneta; a diferença é que eu faço outros ensaios e movimentos e vario um pouco noutros sentidos e rabiscos; mas de certa forma sou caneta. Por isso rogo a todos que me deixem como tal ficar restrito a ela, com possibilidades de ser útil de alguma forma, ainda que não sirva para nada o que faça como caneta tagarela!

Entretanto, como caneta mais do que de outra maneira serei dinâmico e não incomodarei mais do que poderia incomodar uma simples caneta, que até ao se esgotar a sua tinta se pode jogar fora!

Antes, ainda existe a possibilidade real de ela e eu podermos escrever belas ou mesmo feias palavras – ainda não se conhece o que as torna feias ou bonitas – desde que movidos com respeito e liberdade; e se esferográfica-mente descidas do mental eu não puder descrever artes maravilhosas ou mesmo trágicas na mera condição de caneta, culpem a mim não a ela; mesmo quando de repente mentiras, crimes e farsas políticas por mãos inescrupulosas escritas através dela, ela não tem culpa; de repente nem cenas fatídicas através de mim também não! Ao poeta, se eu fosse poeta e depois de ser poeta de caneta na mão, ainda assim não permitiria a arte descrever a morte de nenhuma natureza, nem de uma ideia, de um ensaio, sonho, desejo, muito menos vida. Não, jamais!

Não sendo fatídico em nada que escrever, e se em minha pura condição de caneta ao que fizer o faça em nome do poeta, nem como decadente caneta e caduco poeta escreveria asneiras. Mas, também agora me ocorre, além de caneta como seria o poeta sendo? Entenda-se a pergunta relativa ao poeta da redenção a si mesmo redimido na poesia! Todavia reduzido à condição de caneta, qual será a sua obra? Diante da tragédia de que a obra já foi escrita e desgraçadamente tomou forma e é agora apenas alguma coisa inscrita em caracteres, fonte, letras, sílabas, palavras, vocábulos, marcas e símbolos tudo relativo ao passado morto?

Até os sonhos mais belos e venturosos são apenas letras que saíram pela caneta escritas desses passados! Mas ainda assim ou talvez por isso não haja vergonha de ser em minha única função apenas caneta.  Nem deveis jamais pensar que isso me entristece! Mesmo ante a fatalidade de minha tinta se esgotar, pouco se me importa seja o meu destino o descarte ao secar-me a tinta toda! Sou apenas caneta, um instrumento passageiro como outro qualquer objeto ou ser, seja esse um homem, até um astro, um sol, ou uma simples vogal ou consoante, ou mais propriamente uma caneta.

Não, não ficarei triste por ser transitório o meu percurso! Mas vós sim, vós que a mil obras edificais todos os dias e debaixo ou encima delas imaginais aí eternidade, aí é certo vos faltará essa eternidade, se por acaso tiverdes de contar comigo para descrevê-la. Pois, ainda que eventualmente vós a escrevêsseis, o papel se rasgaria, talvez o fogo o queimasse ou, senão, quando esgotada a minha tinta e for jogada fora como pobre e esgotada caneta, não servirei mais pra nada e passo. Mas, e a vossa eternidade, quanto tempo mais?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

ORIENTE OCIDENTE


O VOO DA ÁGUIA...

Em certa manhã fria lá no alto da cordilheira do Himalaia, e qual manhã não seria fria nesse lugar? de longa e branca cabeleira onde dizem e reza a tradição esconder-se a antiga maia, transformou-se em sábio monge e voo longe feito águia. Batera muito forte as fortes asas e voando veio pousar ao sul das Minas Gerais; Ave! Ave! Salve redenção das águas, nas quais felizes aqueles que nessa fonte em boa hora beberem! Pois, dos mais puros e raros cristais o brilho indicará o caminho e um novo amanhecer!

Talvez depois daquela manhã fria, mais fria se tornara a montanha branca no pico do Himalaia; não porque o sol se apagara naquela direção, mas porque o fogo do seio da montanha transformara-se na mais perfeita metamorfose em águia, e voou rumo ao ocidente. E finalmente pousando em outra e mais amena serra, da qual diz a lenda ser de manteiga clarificada o seu coração.

Qual mar verde em sua face montanhosa ocidental, nasce e renasce em cada primavera a natureza, exalando o perfume das flores do campo. Sopra-o a brisa fresca, aspira-o quem passa ao seu pé e quem vê aí também um belíssimo jardim.

O pólen transporta-o a abelha nas patinhas, no canto entoa-se o som dos sons num rito a uma nova manhã. Mas do conjunto reverbera por fim o canto universal, e o ouve feliz só quem passa ao seu pé...

Mas será de jasmim o seu perfume? Disso ninguém tem dúvida, até quem nunca sentiu nem ouviu falar do perfume de jasmim sente que é jasmim.

O som até o surdo sabe que é uma ode ao universo, e o canto de Serafins acompanhados pela orquestra de Querubins.

O tempo é no presente e a rota até aqui passou pelos sete mares singrados desde as caravelas até as naves magníficas, ainda desconhecidas, que voam e andam na terra... 

Mas se não houvesse o homem, e se não tivesse o homem uma alma e se a alma não fosse um cálice de eleição, esta homenagem não teria sentido, porque não houvesse motivo para que de “ilha em continente” seguindo em frente a barca não tivesse porto onde chegasse... Mas como nasceu o homem e o homem nascido tem alma, a barca ocidentalizou-se e as bandeiras tremulam ao vento da Nova Era