Capitalismo x Comunismo
Aplicamos ao comunismo, o método crítico estabelecido pelo
próprio Marx sobre a relatividade das ideologias, e observamos que este é um
conjunto de fórmulas que tendo sido vivificantes, mas com o tempo se tornaram
ultrapassadas pela evoluções dos fatos sociais e da tecnologia,
cristalizando-se em preconceitos incômodos e retrógrados. Portanto, concluímos
que, apesar de apresentar uma grande preocupação com a questão social, não está
de acordo com o estado de consciência da humanidade e portanto, como pôde ser
observado na prática, todas as tentativas de implantá-lo resultaram em fracasso. Apesar
de apresentar muitas imperfeições, o regime capitalista é o que parece estar
mais adequado ao estado de consciência do grosso da humanidade, dado a sua
aplicação, e aceitação nas mais variadas culturas, nas mais diferentes regiões
do planeta. Isto se deve ao fato, do homem, apresentar ainda na sua composição
psicológica um alto grau de egoísmo. E como afirmava Joseph Caillaux, o regime
capitalista "já evolui e evoluirá ainda mais. É aquele que não se
compromete com fórmulas definitivas, pelo contrário a sua qualidade mais
notável é uma extraordinária maleabilidade".
Como tudo na natureza evolui, e a evolução não se dá aos saltos,
mas progressivamente, devemos trabalhar para dotar o capitalismo de
instituições mais sociais que as aspiradas pelos socialistas, fazendo-o evoluir
para uma oitava acima, criando dessa forma um novo regime, que utilize melhor o
melhor do capitalismo e o melhor do comunismo. Não estamos propondo uma solução
de meio termo e medíocre, mas o que qualificamos de síntese e que denominamos
Humanismo Econômico. Trata-se portanto de fazê-lo evoluir de seu estado atual,
primitivo e selvagem, para uma forma superior, mais espiritualizada, até
chegarmos ao Humanismo Econômico.
Esse regime, objetiva combater o esforço secular dos
Burqueses, em sua tentativa de separar o capital e o trabalho, e as relações
perversa que daí advieram. Por um lado confinando os empregados a um papel
mecânico, o que torna o trabalho um verdadeiro sacrifício, quando este deveria
ser o gerador da auto-realização. E por outro lado tornando a maioria dos
empresários completamente alienada à questão social, que cerca suas fábricas,
suas empresas e sua moradia. Qualquer espírito sensato não poderá deixar de
observar as perigosas conseqüências de um estado de coisas tão manifestadamente
iníquo.
É só olharmos ao redor e vermos que guerras violentas são
travadas no campo econômico, enquanto a produção industrial em massa vai
esgotando os recursos naturais, os resultados de tal mundo econômico, e que
como contrapeso ao desenvolvimento tecnológico, evita que a riqueza retirada da
terra seja aplicada na melhoria do padrão de vida, e faz com que, hoje em dia,
o desemprego e a fome seja epidemias que assolam as nações do globo.
Longe de serem forças opostas, o capital e o trabalho devem
associar-se, na fraternidade e na liberdade, de forma a reconstruirmos a
sociedade segundo uma base não competitiva, tendo como fim extirparmos o
flagelo da pobreza.
O Humanismo Econômico é a forma de auxiliar o capitalismo a
sair de sua fase infantil, dotando-o de idéias progressivas no sentido social,
combatendo a especulação, a ditadura do poder econômico, dos bancos e dos
grandes potentados financeiros, ao mesmo tempo que apoia a média, pequena e
micro empresa como elementos geradores e distribuidores de riquezas. Visa a
libertação econômica da população, atualmente escrava da ditadura do poder
econômico, na sua desumanidade anárquica, que leva os países à ruína.
Tem como objetivo a vitória de todos os produtores, sejam
eles patrões ou empregados, sobre os meios especulativos e de exploração, é o
primeiro passo para a sociedade sem classes, gerando uma era de relações diretas
entre as duas forças econômicas organizadas, os patrões e os empregados. Busca
promover a evolução do capitalismo, sem fazer uso do marxismo, demostrando que
para gerarmos condições sociais mais justas, não é necessário recorrer ao
estado totalitário e autoritário.
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