sábado, 23 de fevereiro de 2013

SINARQUIA


... Portanto, segundo a Biologia Social, a chave de uma organização social naturalmente equilibrada é a trimembração do organismo social, em três funções, altamente especializadas, mas harmonizadas de forma a funcionarem de maneira unitária, análoga aos demais organismos vivos.
A Biologia Social não visa a divisão da sociedade em classes, mas a organização daquilo que é naturalmente diferente, que é a administração das instituições, tais como a economia, as leis e o ensino, para que possam cooperar num conjunto harmonioso, unitário, através da atividade do ser humano, pois a dinâmica da vida envolve o homem nessas três esferas.
Vamos dar um exemplo: o ensino, na atualidade, ora está sujeito ao estado, submetido a uma ideologia, ou seja ao poder político, ora está submetido ao poder econômico, em ambas as situações o seu desenvolvimento é adulterado por objetivos alheios a sua real natureza, que é a de instrução das novas gerações e a pesquisa no sentido de ampliar o saber humano, portanto, sua organização deve ser orientada pelos professores, pesquisadores e pelos alunos graduados. Do ponto de vista sinárquico, a função espiritual, que é composta pela religião, pelo ensino e pela cultura, não deve ser submetida ao poder político, nem ao poder econômico, para que possa desenvolver-se segundo sua própria natureza.
Outro caso é o da função política, no seu aspecto jurídico, que não conseguiu produzir inovações capazes de acompanhar o desenvolvimento das relações econômicas, ficando para trás, se constituiu em uma super estrutura, um apêndice do poder econômico, sendo totalmente invadida por este.
Mas como funcionaria uma sociedade trimembrada? Como se harmonizam as três funções sociais? O elemento harmonizador, no caso, é o próprio homem. Através da própria vida são integradas as funções espirituais, estatal e econômica, o ser humano é o elemento que permite a unidade da sociedade trimembrada.
As funções sociais e suas atribuições
Função Espiritual - detentora da autoridade, dividi-se em duas sub-funções:
A sub-função Religiosa, responsável pelo sacerdócio, teologia, iniciação, realização de cultos públicos e rituais esotéricos;
A sub-função Intelectual, a qual cabe o ensino teórico de qualquer natureza e exame dos candidatos ao exercício do poder político e econômico.
Função Administrativa - Detentora do poder dos governantes, dividi-se em duas sub-funções:
A sub-função Política, propriamente dita, que elabora as leis, que regulam toda a sociedade, seus membros são examinados, pelos instrutores e eleitos pelo povo, em sufrágio universal, a fim de formar três conselhos:
O Conselho da Autoridade, para legislar sobre a educação e o culto, é formado por sacerdotes, e professores, eleitos para este cargo, é presidido pelo Primaz.
O Conselho do Poder, para legislar sobre a saúde, a alimentação, o trabalho, o saneamento, a justiça, a segurança pública e a guerra, é formado pelos juizes eleitos, sendo presidido pelo Soberano.
O Conselho da Economia, que legisla sobre as finanças, obras públicas, agropecuária, indústria e comércio. Este conselho é formado pelos cidadãos envolvidos em algum ramo econômico, tendo dado nessa área provas de competência e capacidade, o presidente deste conselho é o Ecônomo.
A sub-função Judiciária, que aplica as leis, e é formada pelos três ministros, presidentes de cada um dos conselhos:
O Primaz que é responsável pelas questões relacionadas à vida intelectual e à vida espiritual, é examinada pelos instrutores e selecionada entre os melhores membros do conselho da autoridade;
O Soberano é o responsável pelas questões ligadas à justiça, ao exército e aos negócios estrangeiros, sua seleção obedece ao mesmo critério acima, sendo este escolhido entre os melhores membros do conselho do poder;
O Ecônomo é o responsável pelas questões relacionadas à vida econômica, sua seleção obedece aos mesmos critérios acima, sendo este escolhido entre os melhores membros do conselho da economia.

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