CONTRADIÇÃO
Renego alguns seres humanos e até gostaria
de lhe negar amizade; por quê? Pessoalmente os conheça. Não profundamente, que
isto a ninguém é possível, mas, antes, admiro e consagro todas as homenagens ao
ser coletivo pelos gestos de solidariedade de que é tomado quando se mobiliza
em socorro ao próximo, nos momentos de grandes tragédias sociais da humanidade.
Bem como também homenageio algumas
pessoas maravilhosas, mentalmente superiores, mas não santas, que tolas elas não
são, pois nos dias de hoje os lobos nem mais usam pele de cordeiro!
Quanto ao indivíduo vulgar, que ao
revelar a sua pobreza de espírito se torna pequeno e ridículo anão querendo ser
grande, deste só mesmo um fio de esperança como filho da polis se salva num
conceito coletivo, segundo o enunciado Aristotélico; e porque precise viver em
sociedade, até poderá vir a agir solidariamente! Mas aí é de algum modo uma
fração da humanidade, não propriamente um indivíduo, agindo em prol de uma
causa.
Já os movimentos organizados, segundo
ideologias, por regra transformam o indivíduo em animal feroz, coletivo,
qualquer que seja o seu oponente; e num crescente instinto insano ao outro transforma
em seu inimigo, resgatando de suas profundezas arcaicas a fera de quando ainda
animalizado lutava pela sobrevivência e pela espécie, contra tudo que não fosse
ele mesmo; e ainda hoje nele coabita o covarde, e possivelmente a diferença é ir
sendo vigiado por um princípio, apenas um princípio de inteligência e medo.
Todavia, quando liberado coletivamente
afasta esse medo e age instintivamente sem reservas, porque tenha agora com
quem dividir ou até como ao outro culpar esconde-se atrás do grupo, torna-se um
animal feroz sem rosto e sem lei.
Infelizmente,
destas práticas têm sido vítimas até os grandes iluminados, mas não escapa a
esta fúria quem quer que se faça o seu inimigo idealizado; seja o alvo das
massas proletárias o rico, sejam as leis e os códigos com suas brechas por onde
penetram os fraudadores, sejam as palavras mortas dos textos religiosos por
onde navegam e se banqueteiam os oportunistas.
Infelizmente,
neste momento de baixa estima e banalização da vida em que se encontra a
humanidade, o cidadão mais fraco torna-se presa fácil dos vendilhões e dos falsos
profetas de todas as correntes e credos.
Mas
devemos salvar os perdidos, dizem eles, e lavar-lhes as almas com a palavra do
senhor! Desgraçadamente, como o “senhor” tenha sua personalidade pluralizada e muito
vaga, dificulta muito saber de qual mácula se lavarão os impuros, ou de qual
mau caminho livrá-los-ão; por ser, a exemplo do “senhor”, também vago o plural do
bom caminhar.
E a
esse tema já nem é necessário neste texto comentar, por ser muito fácil ver
suas caras e óbvias as suas presenças nos formulários de todas as seitas -
religiosas e políticas - onde vendem seus paraísos, eternidades e peixes.
Mas
pretendem levar o ser coletivo em busca dos fins, cujo meio ao fim se resuma em
dízimos e votos de todas as espécies, para que de algum modo se cumpra a
parábola de “cegos conduzindo cegos”.
Todavia,
de um cadinho há de o fogo algum ouro filosofal extrair, através de uma elite
espiritual, ora esmagada e tolhida pelo “politicamente correto”.
Então
ao raio que os parta com esse maldito “politicamente correto”, que insiste em nos
calar, e se ficarmos quietos nos cortarão a língua, depois dos já amarrados pés
e braços.
“Duas são as feras que em nós produzem mais danos: uma cruel e selvagem, a inveja; outra, mansa e doméstica, a adulação. ”
ResponderExcluir( Juan Luis Vives )
E agora, amigo? O teu texto me colocou num impasse.
Vou SÓ clap...clap... clap e agradecer. :)
Boa Sorte, Norma
Normita, o meio do caminho. não aquele que tinha uma pedra, apesar de que uma pedra no caminho não atrapalha ninguém, rsrsr
ResponderExcluirTô que nem cabra montanhesa: No meio da Pedra havia um Caminho.... (^.~)
ResponderExcluirBjo