quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Politicamente Correto?


CONTRADIÇÃO
Renego alguns seres humanos e até gostaria de lhe negar amizade; por quê? Pessoalmente os conheça. Não profundamente, que isto a ninguém é possível, mas, antes, admiro e consagro todas as homenagens ao ser coletivo pelos gestos de solidariedade de que é tomado quando se mobiliza em socorro ao próximo, nos momentos de grandes tragédias sociais da humanidade.

Bem como também homenageio algumas pessoas maravilhosas, mentalmente superiores, mas não santas, que tolas elas não são, pois nos dias de hoje os lobos nem mais usam pele de cordeiro!

Quanto ao indivíduo vulgar, que ao revelar a sua pobreza de espírito se torna pequeno e ridículo anão querendo ser grande, deste só mesmo um fio de esperança como filho da polis se salva num conceito coletivo, segundo o enunciado Aristotélico; e porque precise viver em sociedade, até poderá vir a agir solidariamente! Mas aí é de algum modo uma fração da humanidade, não propriamente um indivíduo, agindo em prol de uma causa.

Já os movimentos organizados, segundo ideologias, por regra transformam o indivíduo em animal feroz, coletivo, qualquer que seja o seu oponente; e num crescente instinto insano ao outro transforma em seu inimigo, resgatando de suas profundezas arcaicas a fera de quando ainda animalizado lutava pela sobrevivência e pela espécie, contra tudo que não fosse ele mesmo; e ainda hoje nele coabita o covarde, e possivelmente a diferença é ir sendo vigiado por um princípio, apenas um princípio de inteligência e medo.

Todavia, quando liberado coletivamente afasta esse medo e age instintivamente sem reservas, porque tenha agora com quem dividir ou até como ao outro culpar esconde-se atrás do grupo, torna-se um animal feroz sem rosto e sem lei.

Infelizmente, destas práticas têm sido vítimas até os grandes iluminados, mas não escapa a esta fúria quem quer que se faça o seu inimigo idealizado; seja o alvo das massas proletárias o rico, sejam as leis e os códigos com suas brechas por onde penetram os fraudadores, sejam as palavras mortas dos textos religiosos por onde navegam e se banqueteiam os oportunistas.

Infelizmente, neste momento de baixa estima e banalização da vida em que se encontra a humanidade, o cidadão mais fraco torna-se presa fácil dos vendilhões e dos falsos profetas de todas as correntes e credos.

Mas devemos salvar os perdidos, dizem eles, e lavar-lhes as almas com a palavra do senhor! Desgraçadamente, como o “senhor” tenha sua personalidade pluralizada e muito vaga, dificulta muito saber de qual mácula se lavarão os impuros, ou de qual mau caminho livrá-los-ão; por ser, a exemplo do “senhor”, também vago o plural do bom caminhar.

E a esse tema já nem é necessário neste texto comentar, por ser muito fácil ver suas caras e óbvias as suas presenças nos formulários de todas as seitas - religiosas e políticas - onde vendem seus paraísos, eternidades e peixes.

Mas pretendem levar o ser coletivo em busca dos fins, cujo meio ao fim se resuma em dízimos e votos de todas as espécies, para que de algum modo se cumpra a parábola de “cegos conduzindo cegos”.

Todavia, de um cadinho há de o fogo algum ouro filosofal extrair, através de uma elite espiritual, ora esmagada e tolhida pelo “politicamente correto”.

Então ao raio que os parta com esse maldito “politicamente correto”, que insiste em nos calar, e se ficarmos quietos nos cortarão a língua, depois dos já amarrados pés e braços.

3 comentários:

  1. “Duas são as feras que em nós produzem mais danos: uma cruel e selvagem, a inveja; outra, mansa e doméstica, a adulação. ”
    ( Juan Luis Vives )

    E agora, amigo? O teu texto me colocou num impasse.
    Vou SÓ clap...clap... clap e agradecer. :)
    Boa Sorte, Norma

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  2. Normita, o meio do caminho. não aquele que tinha uma pedra, apesar de que uma pedra no caminho não atrapalha ninguém, rsrsr

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  3. Tô que nem cabra montanhesa: No meio da Pedra havia um Caminho.... (^.~)
    Bjo

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