TERRA
OCA
Relembrando
os tempos memoráveis de minha juventude, surgiu na minha memória um tempo em
que um livro era o horizonte daquele momento, ou pelo menos o foco daquela
época em que o eu lia intitulado de “Terra Oca”, quando ainda nem mal conhecia
a Obra. Nele o seu autor defendia ser a Terra realmente oca, fundamentando sua
tese com dados, relatos e experiências, e vários depoimentos de pessoas que
afirmavam ser a Terra realmente oca. Não tem este comentário importância ser
verídica ou não a sua narrativa, pois o que ela não há de ser, e isto é o que
interessa, é oca no sentido de vazia de conteúdo! Oca de matéria densa ou não,
nem vem ao caso!
Antes,
haverá de ter essência, a exemplo de todos os núcleos, inclusive o grão de
gergelim, por exemplo; mas não é a essência do gergelim contida na semente igual
à substância do núcleo da Terra, claro que não, pois embora a essência nunca a
do gergelim dará vida a um Planeta.
Algo
ali existe muito superior, e, se mais não for, seja o Espírito da Terra, a
consciência do Planeta, ou a sua Alma!
Porque
eu não creio que ainda hoje alguém pense, que já somos tão grandes que possuindo
corpo, alma e espírito ultrapassamos a grandeza do nosso Planeta, e também a do
seu espírito; primordialmente, aqueles que têm consciência de que algo maior
existe no interior de cada um, não hão de negar o mesmo princípio ao Planeta.
Pode ser até que alguém tenha crescido tanto que o superou, mas continua enorme
abrigando e sustentando infinitas formas de vida, inclusive a desse “Hercules
Humano” que o ultrapassou em grandeza, mas nele próprio quem faria o serviço
involuntário de seu corpo que amanhã, sem nenhuma cerimônia o Planeta haverá de
devorá-lo? E em seu pó fatalmente o revolverá, assim como a todos, de alguns
mais humildes sobrevirá a essência do oco!
Voltando
ao livro e diante de tantas evidências nele narradas, é possível acreditar, caso
realmente exista o tal oco defendido pelo autor, ali existir e viver o comando,
digamos assim, ou a consciência do Planeta em forma metafísica e física, por que
não? E ser de fato a sua suprema inteligência, por exemplo! Sem entrarmos no
mérito Eubiótico e apesar do olhar concreto do homem, se nós, infinitamente
pequenos acreditamos com justificadas razões em Deus/Espírito em forma de
partícula universal em nosso interior, se temos consciência de que um ciclo
universal completo vá passando em nosso organismo e nós nem de longe atinamos
como isso acontece... e se nesse oco pessoal a meio às vísceras e órgãos vai,
porque o Planeta não o haveria de ter o seu divino alquimista?
Além
do mais, grutas estranhas vão sendo descobertas, galerias e cavernas profundas
nunca exploradas pelo homem, e muitas das quais, talvez para o bem de todos nunca
o homem as encontrará! Naturalmente pela mesma razão porque não encontra as
galerias metafísicas que vão ter ao interior de si mesmo.
Entretanto,
e não obstante esta triste constatação, deve mesmo o homem ser a medida de
todas as coisas, segundo Hermes e também o de cima é igual ao debaixo; porém, neste
caso o de cima, no sentido de superior estaria embaixo, no interior da Terra; e
o inferior, embora semelhante, em cima, na crosta hostil por onde vai este mesmo
homem pequeno, miniatura e um membro individual da multiplicidade na superfície,
de fato inferior em qualidade e magnitude ao Grande Espírito da Terra no seu
interior... Inferior, ínfero, útero ou mesmo o Governo Oculto não só do homem,
mas do Sistema Solar e muito mais!
Entretanto,
isto é só uma hipótese; e como tal pouco sustenta em termos concretos... Embora
a lógica e nesta altura falar em lógica soe até meio estranho, mas este enorme Planeta
comparado ao tamanho do homem, tenha o “tamanho” que tiver, não vai por aí sem
rumo e sem vida própria; porque, senão, como tão generosamente poderia oferecer
o que tem oferecido, sem que o homem lhe ensinasse como doar-se nas formas de
vida que alimenta?
Fará
apenas parte de um processo mecânico, segundo o conceito astronômico? Não é
possível! Muito menos há de ser um astro errante, que ao acaso adquiriu
condições de sustentar em sua crosta quatro espécies de vida de quatro reinos nascidas,
por um processo espontâneo.
Sem
por trás uma lei que a tudo rege não houvesse fornecido um código genético,
pelo qual a pimenteira não dá mostarda não haveria pimenta nem mostarda.
Não,
do nada não vem nada. Mas quando a pimenteira der mostarda, também poderá a
vida brotar até do asfalto, espontânea, onde ora se a perde é dos “ocos” humanos
que morrem estendidos na negra mortalha “asfáltica”.
Naturalmente
devido os literalmente ocos governantes, que aos com essência e conteúdo derrubam
por vítimas fatais, junto com o fluido vital que divinamente a esses ocos
animou enquanto quente circulava pelas artérias e vias.
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