sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Ah, Palavras!


SOCIEDADE

Todas as sociedades são formadas por pessoas previamente acordadas de que, inevitavelmente, irão brigar no futuro.

Fico assim cá imaginando, com os meus botões – não, não são botões de verdade! – se independente de qualquer outra coisa brigar não será o que todos querem, o tempo todo?

Nesse caso não seria muito mais prático brigarem antes, e associarem-se depois? Ou então, no caso dos mais radicais, matarem-se antes os que haverão de matar-se depois, para que não haja crimes em sociedade nenhuma, onde via de regra nunca entra na pauta se discutir que deva morrer ou viver.

Imaginando-se que as sociedades são formadas por pessoas empenhadas na construção de algo, há uma lacuna incompreensível de estatísticas assustadoras, destrutivas, em vez de construtivas!

O casamento, por exemplo, é o ato de duas pessoas se casarem, no momento em que, concomitante compram ou alugam uma casa. Pelo menos é o que significa o termo casamento – casa + mento – de casa, casa mesmo, moradia e mento, no caso a soleira da porta, asso leiramento ou a parte inferior da boca... e outros mentos complementares (cumpri/mento comple/mento) e ainda poeticamente “mento” a parte masculina da história que troca o "i! pelo "e" e mente, sem coragem de dizer “minto”

Depois vêm os filhos, quando surge então afilha-mento – filho + mento; e vêm tantos “mentos” e tantas outras coisas mentidas, mas jamais uma perfeita sociedade: só – idade, que seria igual e a um só tempo, uma só finalidade, ou final-idade, definitiva idade ou tempo; mas ao contrário disto, uns ficam mais velhos e as sociedades viram soco – idade, soco nas caras que ficaram velhas, seja soco concreto ou bofetado verbal, e pontapés para todos os lados, numa indescritível beleza em que se converte uma profusão de sílabas, letras e palavras.

Pontapés – ponta dos pés – por exemplo, pressupõe-se a arte das bailarinas; mas é antes da arte de vigiar e o chute no traseiro ou nas canelas, ou em plenas ancas quando não nas partes baixas, que também ninguém sabe por que baixas se estão no meio, mas enfim!

E não é que se chega à harmonia dos contrários na mais perfeita composição das letras, em contratempo ou contraponto ao desmoronamento de todas as sociedades, constituídas e formais!

Mas em toda a regra há, antes da exceção, o bem e o mal! Mas cabe a cada um deduzir o que bem entender desta fórmula em que o ditado só fala da exceção: “Mas que em toda a regra há bem e mal mais do que exceções, ah, lá isso há, e como há!” Doravante, quando ouvir esta fórmula generalizada, preste atenção no bem e no mal escamoteado na fala... Independente do assunto girar em torna de qualquer sociedade.

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