Hipócritas
Cala-te hipócrita! Respeita e guarda silencio em homenagem ao Senhor que ofendes, e sem respeito ao seu nome acorrentas alienados os teus irmãos, com as tuas mentiras! Irmãos? Talvez em espécie, mas não em essência nem por caridade, porque eles creem e tu mentes por uns míseros tostões!
Tostões, sim, dízimos e pedaços de pães somados
reverter-se-ão em milhões, com os quais até castelos construís! De pedra, certamente
de pedra e barro, e por isso ruirão, provavelmente soterrando-te entre os seus
escombros!
Porque pedras e barro são tuas palavras com que
apedrejais o Senhor, conspurcando-lhe a imagem e profanando o seu santo nome! E
até ao livre arbítrio desse honesto boa-fé usurpais, negando-lhe esse princípio
fundamental, que o recebeu como instrumento da sua evolução!
O direito universal à liberdade de pensar por ele
mesmo sem temer o futuro nem o inferno com que o ameaçais, sim, pois infernal é
o teu veneno chantagista, com que tomais o seu mísero tostão, em troca do falso
paraíso!
Queres por todas as maneiras fazer vivas as palavras
mortas, mas jamais obterás êxito; embora consigas desviar o pão da boca dos
infelizes para os teus bolsos, jamais farás qualquer mentira tua verdadeira.
Hás de ir, por isso, ao lodo da consciência por
longas décadas, hás de ir sim, mas até tu sairás de lá um dia; e se, sem te
reconhecerem fores visto depois mendigo como tantos outros pelas ruas, muito
mais evoluídos do que tu és agora, ainda que te reconheçam não te apedrejarão! Certamente
bondosos, deles receberás esmolas como aos dízimos miseráveis que hoje tomais
dos pobres, pois, ainda assim o Senhor te perdoará concedendo o mínimo...
Mas não deixarás de pagar o que deves! E ainda não
te lembres desta vida, pela bondade da Lei, mas também ainda que não exista
aquele a quem chamais demônio, será ele o teu algoz... Afinal, tu lhe deste a vida
e ele vive dentro de ti!
Cala-te então hipócrita! Ah, mas não te calas,
porque a ânsia pelo dinheiro torrou-te o juízo e não há o que trave a tua
língua! Que pena, o falso poder cegou-te e cimentou também os teus ouvidos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário