segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

SIMPLES COMO OS LÍRIOS DO CAMPO



Para relaxar um pouco e rir, que é melhor que chorar. 

“O que seria de mim, se a minha alma não fosse simples como os lírios do campo!”
Gosto tanto de ser pequeno em todas as formas! Mentalmente simples, fisicamente
mediano, emocionalmente saciado com tão pouca coisa que aos olhos grandes dos “grandes” até pareço um mandrião simplório!  

As coisas mais transcendentais nem e atrevo a discutir, embora tenha a medida
razoável do ar que respiro e seu espírito, que de verdade alimenta a vida.

Das coisas de espírito, então, nem pensar! Como falar das coisas de espírito se mal sei
o que são as coisas da carne? Embora celebre e agradeça essa grandeza que trabalha
por mim enquanto faço outras coisas e avia as substâncias que eu como e depois de perfeitamente processadas quimicamente... manda cada coisa  para o seu devido lugar!

Falar das coisas do universo eu não sei, não, mas sei que alguma coisa maior que o maior dos homens pôs as estrelas no lugar e as mantém em movimento e faz brilhar!

Falar das formigas também não sei. Há quem fale delas com tamanha clareza de palavras que até estatelo os olhos de admiração, mas depois que se cala e eu fico pensando com meus botões bate uma dúvida muito grande. Dissera muita coisa interessante da formiga, mas não disse nada de quem a criou e lhe deu aquela força gigantesca, para carregar tanto peso, nem quem lhe deu a direção e o sentido de comunidade!

Das aves voando com tamanha maestria, o que eu poderia falar? Mal compreendo
o peso de suas penas, e o que eu sei de como elas compreendem o poder do ar que as sustenta no alto?

As leis da física e os homens sábios explicam esse feito, mas antes deles as aves já voavam! Alguns até querem saber mais do que elas, sobre voar, mas não voam como elas!

Por isso gosto muito de não saber nada. O saber muito resulta no fim em saber menos que as formigas, que as aves, que o ar que de tão sábio carrega o hálito da vida e nem
precisa dizer pra ninguém. E olhem que o seu espírito que alimenta a vida nenhum homem sequer detectou a sua presença!

Mas o que mais me agrada em não saber nada diante de uma célula que sabe infinitamente mais que eu, é saber do trabalho que ela faz para manter um sistema inteirinho funcionando, quando eu mal do conta de alimentá-la!

Que seria de mim se tivesse de respirar, por conta própria, de gerenciar o alimento que ingiro! Então ser de alma simples como os lírios do campo já é ser muito grande, pois bem maiores que eu são esses lírios, e nem saem do lugar! Estão por ali, no campo, abrem a cada manhã cada um com a sua cor, mas eu gosto tanto dos amarelos!

Gosto tanto dos lírios do campo, que já faz mais de cinqüenta anos que os não vejo
e não os esqueço nem um segundo!

Não vou alongar mais esta prosa sem graça, que tem pouca graça as coisas simples,
mas as coisas assim muito refinadas e complexas, aquelas conversas aprofundadas
com forte argumentação e conteúdo até ás vezes universal, não são capazes de trazer
pelo caminho do tempo um lírio amarelo!

Então desculpai-me ser simples como eles de alma, que de espírito não sei com seria! 

2 comentários:

  1. Não vou alongar mais esta prosa sem graça, que tem pouca graça as coisas simples,
    mas as coisas assim muito refinadas e complexas, aquelas conversas aprofundadas
    com forte argumentação e conteúdo até ás vezes universal, não são capazes de trazer
    pelo caminho do tempo um lírio amarelo!

    (foi exatamente aí que comecei a sorrir!)

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    Quantas toneladas de matéria-prima são necessárias para produzir uma grama do texto acima? Muitas noites insones ou horas de observação atenta?
    Eu também, sempre, me encanto com tantas coisas... Como o nosso 'sistema de integração' que gerencia desde a renovação de uma célula, a cicatrização de uma ferida até a reprodução de um outro ser com igual capacidade.

    Eu assinaria esse texto. Vc já o fez..., mas me parabenizo pelo pensamento similar!

    Grata a ti.
    Boa Sorte, Nac♥

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    Respostas
    1. Oi amiga, obrigado pela sua generosa compreensão.
      Ler é também uma arte.
      Mas compreender até o que não foi escrito é o saber mais alto.
      Com pode ver, gosto mesmo das coisas simples.

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