domingo, 15 de abril de 2012

Quaternário

Quaternário


Esperar o quê?

Impera que sigas em frente
Diligente sem olhar pra trás,
Cumpras ser no mundo gente,
Apenas gente e nada mais.

Fugir para onde?

De um lado a pressão interna,
Do outro a força contrária
Passageira vida que não é eterna
Cumpre a regra de ser ordinária!

Chorar, a quem?

Tudo passa tão ligeiro pelo tempo
Nada eterno é em tempo algum
Não há inferno, nem deslumbramento,
Breve momento e só, de cada um.

Rir, então!

Até as gotas de orvalho já secaram
E no céu nuvens negras pairam pelo ar
Só a cigana mente com o seu baralho
Mas até o seu baralho há de queimar.

Conquanto eterna se houver trabalho,
Disciplina, vigília, e mente a brilhar,
Em fresca manhã de orvalho
A tua alma há de por fim desabrochar
...

6 comentários:

  1. O mal, Amigo, foi ter vindo ao mundo,
    mas já que assim aconteceu, paciência!
    há que beber, Amigo, até ao fundo
    o cálice amargoso da existência|

    JCN

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    1. Caro Amigo, ainda assim vale a pena a vida,
      ainda assim, mesmo amorgosa a existência
      cumpre-se um tempo planetário e depois dorme-se
      para voltar um dia.
      Pois não creio nesse imenso
      e insondável oceano de astros e estrelas
      à medida de todoas as coisas vá e não volte mais.

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  2. Só vale a pena a existência
    quando a vivemos a dois,
    carecendo de evidência
    o que acontece depois!

    JCN

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    1. Qem sente tanta falta da sua metade,
      é porque o seu amor transcende
      e vale então a pena a saudade,
      mas só quem ama sente e a entende.

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  3. Minha forma de expressão
    é de preferência o verso,
    pois é nele que converso
    e dou minha opinião!

    A prosa tenho-a guardada
    para outras cavalarias
    de mais alta nomeada
    no mundo das teorias!

    Caro Amigo, em todo o caso
    vou-lhe a vontade fazer:
    é questão de me dar prazo
    para o assunto escolher!

    JCN

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    1. Quem tal como o Amigo tem conhecimento,
      fluência verbal e longo caminho percorrido
      soa-me a mim até como atrevimento
      sugerir como deve à palavra dar sentido.

      Mas, curioso e aprendiz gozo o prazer
      de contemplar o mais belo da nossa língua
      quando muitos a vão a corromper
      ao ponto de andar esfarrapada e já à míngua.

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