domingo, 25 de dezembro de 2011


RENÚNCIA INVOLUNTÁRIA

A solidão tem várias fases. No início sobrevém a sensação de abandono.
E aos poucos a memória remexendo nas profundezas do passado
traz à tona um sentimento de conformismo...

Depois a consciência vai clareando o conjunto do ser, e aos poucos
renasce o homem inteiro...

O homem solitário, o homem livre, o homem animal político (...)
e já agora ciente de sua individualidade, vai rompendo
através da compreensão a barreira do espaço/tempo,
e a solidão vai sendo povoada com sons, cores e as pessoas queridas
ausentes de repente vão chegando, se fazem presentes e se mistundo aos mestres aos deuses iluminam seu mundo e o seu momento.

E assim a vida numa infinitamente pequena forma engajada num ser,
ensaia os primeiros passos da consciência da unidade indissolúvel da vida.

Realmente inspirado, Fernando Pessoa com a frase
“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”, deu também provas dessa unidade,
em alma.

E como não há alma sem espírito, o momento em que se espraiam no homem
físico com a consciência da unidade, cessa a ilusão da solidão
e a dor se transforma em prazer... consciência do ser pequena célula humana,
consciente da unidade da vida.

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