domingo, 18 de setembro de 2011

Grilos falantes. Sorte que as águias não comem grilos



Texto corrido,
Nascido do parto, no momento em que o pródigo corria da conversa metafísica que poderia revelar a sua farsa que carraga numa taça de saberes que ostenta de coisas das quais não sabe.

Fugiu dissimulado e ofendido e nem seu séqüito minguado o seguiu.

Mas não nos iludamos pelo séqüito não ter fugido com ele, não nos iludamos que o sono, a irritação de um revela já o contágio do néscio, que de grilo falante no seu habitat grilar sem parar de coisas das quais não sabe,
até a instrução que buscavam na sede da Ordem ecoou no concavo vale da alienação e não encontrou eco em seus ouvidos, devido ao barulho infernal do grilo falante até em silêncio já os haver arruinado, de tanto grilar o grilo falante de coisas das quais não sabe.

Calem-se, pois todos os grilos falantes, que a quem deseja ouvir a voz do Logos pela bico das aves, pela boca da água a correr no córrego, pela voz do vento fresco à tarde aos seus ouvidos agridem de tanto a grilo falante grilar coisas das quais não sabe.

Calem-se, pois grilos falantes, que não há no cosmo registro de vossa voz sem tino nem cânone!
Todas as vozes têm um cânone universal, mas estranhamente a voz irritante e vazia do grilo falante, não portanto cale-se grilo falante e não grile de coisa das quais não sabe!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Embrião de um Discurso ... Arquipélago da Solidão



Eis aqui mais um arquipélago da minha solidão mental, onde agora me encontro sem choro nem mágoas! Já chorei tudo que poderia ser debitado em forma líquida salinizada nas lágrimas. Se ainda as tiver de chorar, embora ainda salinas, hão de ser de alegria. E mesmo que não tenha motivos para rir, não choro mais.

Serenou-se a tempestade de muitas paixões, ainda que as chuvas esparsas do verão não se tenham esgotado. Bate-me ainda de vez em quando uma leve sensação sem nome, que só não abala meu eixo porque o creio tão meu e tão legítimo, que não se abala por não ter espaço fora aonde se vá abalado, mas não é o caso, descreve-lo. E o mais que neste momento desejo de bom, bem e belo que encerra o EU é que cada um encontre o seu eixo.

Mas não se limitem Taoistas, Budistas, Cristãos, Maometanos etc. a qualquer eixo que pertencera a alguém... Mas também não devemos desprezar nenhuma semente das que foram jogadas na terra por grandes almas e ora sirvam apenas servir de muletas a quem as usa. Pois tanto o pão da vida quanto o maná caído do céu não podem simplesmente ter caído de lugar algum, mas em certas circunstâncias precisam cair de algum alto, pois a fé também agrega e precisa ser alimentada.

Conquanto se deva pesquisar no mundo das idéias a arquitetura do Cosmos, para dessa estrutura deduzir o concerto das formas concretas e abstratas que abrigam a essência que rege o caminho da ideia original, superior às vestes que a reveste, naturalmente.
Neste conceito de pesquisa não deve entrar por estratégia o hábito muito comum de divagar pelo mundo das aparências, por nessas paisagens fazer graça a manifestação psíquica, e encobrir as causas reais. Vejamo-lo, pois através de um conceito metafísico arquitetônico universal, cujo projeto global vai alterando os conceitos antigos prosseguindo na construção do universo expandindo-se, adaptando-se, porém ao projeto original.

Nele vão incontáveis expressões de vida e também homens, e muitos destes querem ir para o céu, sem termos notícia nem de indícios de sua existência no projeto universal, nem rascunho de uma escada para até ele subir, caso esteja em cima! Mas como não é possível à lagarta voar antes de se tornar borboleta, não podem mesmo os homens borboletear até o céu, que é muito longe daqui para chegar-se lá depois da morte; e ainda que escadas houvesse e por ela subissem o melhor e mais plausível é mesmo aproveitar a condição das lagartas as muitas patinhas!