domingo, 5 de junho de 2011

Fênix do Cerrado



O Amor
Passou por mim correndo o amor,
Passou ainda há pouco sim, a correr!
Efêmero e breve como a mais frágil flor,
Passou sim e mal à sua face se pode ver!

Passou correndo por mim, sim o amor, sem bem o ver!

E no adeus às armas e ao rufar dos tambores do fim do mundo, leio a última página
escrita e agora mesmo publicada no ar.

Com saudade, até com saudade do tempo em que se escrevia e publicava em papiro, depois papel, ainda há pouco virtual, e agora no ar!
Lembro com saudade do papel!

Tanto daqueles que de papel se escrevia neles, quanto dos que se representavam no palco do tempo!

Mas sempre se escreve que amor e ódio são opostos, como Yin e Yang, sol e lua, céu e mar. - E ainda se diz azul marinho!

Que coisa mais desonesta, denominar o azul do mar de marinho, quando é celeste!-
Todas as coisas são opostas, e se digladiam ou harmonizam num ego pessoal.
Durante a sua construção ao correr da vida no eixo do tempo com consciência de que não há duas pessoas iguais, melhor se compreenderá sem experimentar as drogas para descrever o seu sintoma e seus efeitos, no ser.

Claro que o uso de qualquer substância e até a alimentação vai direta ou indiretamente determinar a qualidade de cada cidadão, termo bem mais simpático, do que paciente...
E assim é possível compreender que doença com sintoma do “sofrimento” e outros sintomas pode nascer, e nasce de fato também do prazer!

Dentro e fora dia e noite morte e vida, enfim, sempre haverá uma maneira nova de dizer o mesmo de sempre e repetir Hipocrates de que “não existem doenças, e sim doentes”.

Mas numa etapa a posteriori, quando a dor e o sofrimento já não possuírem corpo adequado em que se manifestem, quando o corpo das sensações estiver de tal modo sutilizado e nem dor nem sofrimento sinta mais o ego, e já então o ser noutras esferas viajando na impermanencia, cós os seus modelos prontos, quando não há modelos prontos, de quais drogas e substâncias fará uso?
De que alimentará a sua máquina, consumidora de energia?

Bem, mas isso é para daqui a bilhões de anos, e por enquanto o sistema continua sendo duplo, voluntário involuntário. O que o primeiro oferecer o segundo processará.

Claro que se a doença alija e aprisiona pode também libertar, na mesma medida.

E uma vez extintos os doentes, não haverá sintomas, muito menos doenças.
Ao entardecer de outono, de uma vida posta agora a um canto da sala, mas se engana quem pense que a consciência aí se encontra!

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