quinta-feira, 3 de junho de 2010

E VOCÊ?

PROSSEGUINDO COM AS PROSAS... SEGUE ESSA PROVOCAÇÃO.


... “Como é possível prosear em dó, se em ré é que se vai a remar contra a correnteza das águas, que é na verdade contra a maré”?
Certa vez fizeram essa pergunta a um sujeito muito sisudo, mas de ares pacíficos, que participava de uma conferência da paz.

Meio sem jeito e a contragosto, ele respondeu:- prosear em dó ou em ré não faz diferença, desde que a água das chuvas não leve sequer uma vírgula, das prosas em sol.

As pessoas da plateia, surpresas, olharam umas para as outras sem compreenderem nada; afinal, quem fizera semelhante pergunta só poderia tê-la feito sem pensar!
Teria também o conferencista respondido sem pensar? Indagavam as pessoas entre si, surpresas pela graça inusitada daquela conversa meio maluca.

Entretanto o orador já refeito e com um sorriso maroto entre dentes, quase adivinhando o que o público pensava e queria ouvir, tornou: - devo esclarecer melhor a questão, pois noto que os senhores que ouviram não entenderam muito bem a pergunta, nem tampouco a resposta.

Prosear seja qual for o tom, nem sempre valerá a pena, nem mesmo em verso. Já ouvir, sim. De natureza solar, sim se deve ouvir muito!

Quanto às chuvas de verão, às vezes tempestades cuidemos para que não levem sequer uma vírgula, ainda que seja uma pausa entre duas asneiras torrenciais!
A platéia continuava curiosa, sem entender, mas parecia gostar da prosa, pelo semblante alegre, que ali reinava...

E ele, sensível e habituado com o público, notando o clima positivo prosseguiu com a palestra em forma velada, que será traduzida e revelada no futuro ainda não determinado, quando então será bem entendida, e muito bem fundamentada, mas realmente só qualquer dia desses.

No momento as palavras permanecem ocultas germinando, numa estufa fria de rigoroso inverno, para serem aí conservadas sem contaminação e em futura primavera, expostas ao sol depois de bem arejadas e já crescidas aí sim, possam ser pronunciadas numa venturosa manhã, quando bons ouvidos alerta lhe renderão honras e o denso nevoeiro que povoa as mentes se dissipando, seja definitivamente eliminando.

4 comentários:

  1. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele” (João, 1:1-3).

    Igualmente nas Cosmogonias mais orientais, o som (sabda, em sânscrito) é o construtor da Manifestação (Sabda Brahman). No sistema Vedantino, esse Som criador ou Palavra é Vâch.


    A Sinfonia do Universo
    O termo ‘logos’ igualmente “tomou o seu lugar na linguagem musical grega, referindo a medida da cítara ou da lira (i.e., os trastos ou travessões) onde a corda deveria ser pisada de modo a produzir uma nota definida’(8)”. Este parece-nos um facto muito sugestivo. Os sons puros (as 7 notas musicais, ou o que elas representam), que integram a escala diatónica, são, na sua matriz, contenções de arquétipos que no curso da Manifestação se desprendem e combinam infinitamente. E esse Grande Septenário harmónico (matemático) é o que sustenta e viabiliza a Manifestação dos mundos, a Lei do Ritmo operando por detrás.


    O amigo fica meio encabulado quando eu lhe chamo de Mestre,mas é!A escrita é o seu Dom maior,na escrita velada é o máximo.Não há dúvida que,quer seja palestras,seja em leitura,esta (diga-mos)linguagem velada,só num futuro,não tão próximo assim,poderá eventualmente ser entendido por todos(aqui o todos é subjectivo)alguns!

    Nem com um extractor de fumos,se consegue acabar com o nevoeiro que povoam certas mentes.

    Bom feriado,amigo.
    fraterno abraço.

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  2. Caramba, amiga Ana!
    Sendo assim, valeu a pena!
    Um texto que dá margem a um comentário destes,
    valeu mesmo a pena!
    E não é que no inicio era o verbo e estava com Deus!
    Eu diria hoje que o verbo naquele momento era a suprema vontade de agir, a ação era então o verbo.
    Mas Vâch sendo a suprema palavra é Bramhã Saguna, com corpo e com voz de comando.

    Grande Pitágoras e a harmonia dos sons!

    Grande Ana, que a cada dia mais rapidamente aquari-anamente rsrsr desabrocha como a Valquiria bela e perfumada.

    Desculpe a bricadeira, mas mestre és tu!!!! rsrsr

    Fraterno abraço
    amiga para sempre

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  3. Caramba,amigo Julio!

    Agora sou eu que fico sem jeito,rsrs

    Fraterno abraço
    amiga para sempre

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