quarta-feira, 26 de maio de 2010

CONTRADITÓRIO

Num regime democrático – diz a Constituição -, todos são iguais perante a lei; cada cidadão tem o direito de emitir sua opinião - coisa que eu faço, em forma de perguntas.
E lá vai então a primeira: - se no primeiro dia aula do curso primário de uma criança, até o último dia de um curso de Direito, feito com critério e competência, sem o que não se poderia vencer um concurso para a Magistratura, a que se propusera: e, em sendo aprovado, ao se tornar um Juiz de Direito, recebendo, no ato de posse, com a primeira letra escrita de próprio punho, no primeiro dia, a vedação para exercer qualquer outra atividade financeira...
Poderá exercer as funções de Professor; mas devido ao acúmulo de processos, à falta de estrutura do Poder Judiciário, até a carência de Secretária - que, se a quiser, terá de pagar do próprio bolso - onde arranjará este Juiz, tempo para o Magistério?
- Embora não a houvesse pensado, considere-se esta a primeira pergunta.
Ante os motivos expostos; ante a longa caminhada do estudante, até alcançar esse posto, tem o Juiz como recompensa um ótimo salário - na visão do leigo - baseado em informações “mal informadas”; porém, razoável, se comparado aos miseráveis salários pagos no País.
Situando-me, entretanto agora no tempo - este é o das grandes reformas que hão de salvar a Pátria, “todas as lavouras do reino”, e a da Previdência salvará não só o reino, mas “outras promessas de campanha” - que, se não saírem, atenderão do mesmo modo aos propósitos de quem os não tem e nunca terá.
Nesse tema e desse mote, extrai-se o comentário de um ilustre parlamentar do P.T. - ou seria gaiato? - Bem, isso não importa diante do que ele dissera ao afirmar que um Juiz ganha mais que o Presidente da República, não obstante este possuir apenas o terceiro ano primário, e naturalmente as suas vantagens, e desvantagens – “felizes os pobres de espírito, por que deles é o reino do céu”.
Ainda segundo a máxima democrática - eis a derradeira pergunta: - quanto custa e quem paga a gasolina e a manutenção do automóvel que levará a cachorrinha do Presidente ao Veterinário?
Quanto custa e quem pagará a vaidade, o zelo com os netos e a sua previdência privada de milhares de reais, a manutenção e a gasolina do carro, à disposição da primeira dama?
Quanto custa e quem pagará o churrasco oferecido aos dois times do Presidente, após uma disputadíssima partida de futebol?
Quem pagará e quanto custa a água mineral que durante o jogo e após, se toma um gole e se joga o resto sobre as cabeças coroadas?
Quanto custa o uísque importado, caso o tomem ou a cerveja bem gelada, que o clima de Brasília é seco - principalmente após uma árdua partida de futebol?
Quanto custa e quem pagará o custo do “Força Aérea Um”? Quanto custa e quem pagará o supermercado da Granja do Torto, que até hoje não entendi porque não é “direito”?
Quanto custa a peixaria e quem paga essa conta dos peixes? Quanto custa e quem paga a fortuna adquirida magicamente por seu filhinho, lulinha?
Quanto custa e quem paga a importadora de bebidas? Quanto custa e quem paga os charutos cubanos?
Quanto custa e quem pagará o telefone, a energia, a TV a cabo, os cartões corporativos e secretos, a farmácia, o médico cardiologista, o veterinário da cadela, as viagens do presidente, o Médico, o Dentista, a consulta da sogra - se a tiver, o socorro aos irmãos, aos cunhados - se também os tiver? Quanto custa os abafa escândalos, no começo, diários e agora de hora em hora?
Enfim, quanto custa a palavra honrada, quem a paga e a deixa de pagar? E quanto custa afinal e quem paga essa fortuna para lustrar o seu ego: (BRASIL UM PAÍS DE TODOS)?
Esta foi a última pergunta, para quem tiver sólida base acadêmica, profundo conhecimento financeiro e tenha os olhos bem abertos aos números e ao tempo da resposta.
Se de fato houver tempo e transparência dos investigadores, da imprensa livre, sem andar de joelhos diante desse farsante, emplumado de ungindo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O DESCOBERTO

Amigos e amigas,
a saga da indignação prossegue nestas prosas despretensiosas, mas com o exercício de pleno direito de o dizer do meu jeito...

O DESCOBERTO

Do ilustre, iniciado e talentoso poeta português, Fernando Pessoa, eu emprestei o nome “Encoberto”, por servir-me admiravelmente bem ao que ora sinto que sou, enquanto descoberto de lustro e “valores”.

Nem sempre fui assim; já tive a ilusão de que poderia seguir caminho adiante, de cabeça erguida, igual a tantos que seguem com elas levantadas; embora, alguns, senão boa parte, apenas porque esteja vazia e não pese, eleva-se involuntariamente, segundo a gravidade, massa e peso, conteúdo, etc..

Também já tive momentos em que acreditei que ao sorrir para as pessoas, jovialmente, elas responderiam sinceramente; e até algumas a essa gentileza se prestaram, mas vejo hoje, claramente, muitas o faziam por absoluto movimento mecânico.

Existem pessoas boas, amorosas, educadas, não se pode negar; eu, porém é que tenho andado fora do prumo, cuja refração da minha imagem no éter luminoso, me torna uma figura meio invisível e deformada.

Há momentos em que essa imagem é interessante, mas eternamente nessa condição cansa o ostracismo, inclusive entre os amigos.

À roda de uma mesa, por exemplo, mesmo em minha própria casa, acintosamente, como se de propósito quisessem humilhar-me, basta abrir a boca para dizer qualquer palavra, que a voz dos confrades levanta-se a fim de encobrir a minha, e até as minhas sombras ganham potencia, no tom da voz!

Mas eu rio por dentro, ante as tantas asneiras que em nome do abortado, ou futuro doutorado eles dizem. E como descaradamente eles mintam, na santa intenção de que eu não entenda, mas aprove meneando a cabeça ou rindo sem entender o que eles dizem...

Mas como eu sei que eles falam sem falar, e de tal forma, ao desmentirem-se acabam mentindo, por não saberem o que dizem; por essa razão eu conheço também de minhas sombras cada silaba, que vierem a dizer, mesmo que falem sem parar enquanto eu silencio.

E é mesmo assim que evito proferir asneiras, que aumentariam reverberadas com o som já tão alto, agredindo, sem dó, o silêncio!

E nisto é que gozo infinitamente ser invisível, e até descoberto de brilhos e valores que despertem a atenção.

E é assim também que rio mesmo às gargalhadas, interiores, para eles não sabotarem meus ouvidos, nem eu fira o silêncio, embora aos canais da audição entulhem com excrementos silabais com os quais enxovalham a língua, em tom grave, e ninguém ousa mandá-los calar a boca, porque um seja, sei lá, o cara de todas as caras, mas por iso mesmo cale-se!

Mas talvez em alguma coisa, dentre as milhares de asneiras proferidas eles tenham razão, mas como ninguém tenha o direito de julgar, e eles e até as minhas sombras julgam, cometem o crime pela ignorância da impenetrabilidade interior do outro; e por ser regra absoluta, no caso Teosófico não julgar, em nenhuma hipótese, permitir que nos julguem será ato falho de falsa humildade, pois não somos os novos Pilatos, para lavarmos as nossas mãos!

Entretanto quanto a este episódio específico tendo a mim como personagem, o demonstrado desprezo acintoso em forma agressiva constitui-se num rito sumário e ao vivo, sem direito a prévia defesa, mas não amaldiçôo nem às minhas pobres sombras tagarelas!

Mas porque tal suposto julgamento se desenvolva em nível subjetivo, é ainda mais grave, senão absolutamente cínico e desprezível.

Não cínico, segundo o rito Canino, de Diógenes, mas por preconceito inaceitável nem mesmo reverberado através do espelho!

Todavia chorar, por isso, também não choro, porque rir e ao vivo é o que faço interiormente em silêncio, quebrado por um salutar e irônico cinismo.
Mas no silencio das horas mortas chora meu coração, ao lembrar-me de que no passado foram eles que mataram Cristo!

Hoje são pais e mães, alguns doutores em leis, exatamente como daquela feita, que de tão concretas estocadas de abstratas leis, o sangue jorrou.

Ainda bem que por ser eu o invisível descoberto e muito rude, passo despercebido pela novíssima e moderna ignorância deles e dos novíssimos projetos de lei.

Ah, se eles soubessem que eu só quero viver! Ah, se eles soubessem! Mas se fossem eles “os senhores da vida e da morte” deixar-me-iam exercer, esse rito sagrado de viver e lutar contra os meus fantasmas?

Não, contra eles eu não luto com essas aramas... Mas não revelo a natureza nem dos oponentes nem das armas.

Afinal entrara-se já em AQUÁRIOS, e o mental que deveria revelar abstrações sensíveis quanto à unidade da vida cuja palavra “humanidade” revela, esbarra ainda na rudeza, quando muito, da razão acadêmica.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

TESTAMENTO II

Amigos e amigas, esta série de prosas peretence ao ciclo da indignação
e criticas agresivas.
Não tenho certeza de ter esse direito, mas sigo pelo caminho da afoiteza devido a rumo que o mundo vem tomando...
Desculpem os delicados, de boa intenção.
Mas o jogo tem esses dois lados, e o serviço sujo alguém tem de o assumir.

TESTAMENTO II

Terei feito minha estrada de quimeras, e a calçado com pedaços de papel amassado? E as letras? Recortei-as de um jornal velho, espalhando-as ao acaso junto com folhas secas, pelo chão?
O que terei feito com o mínimo conhecimento da língua pátria, tendo-a já vertido literalmente ao papel?
Vertida, sim! Pois translado é um termo muito culto para referir as minhas palavras, com as quais temo macular a bela flor... do Lácio?
Qual nada, cresceu, desabrochou e é hoje muito mais bela que aquela velha senhora!
E pela sua beleza não me furta o tempo das vaidades profundo respeito a ela, à qual tenho profundo orgulho de entendê-la, em lusa conversação.
E por não ser eu para ela uma rica seara, em que vá semeando e produzindo maravilhosos frutos, devoto-lhe meu sentimento rude de profunda admiração e respeito, à já tão cara língua, exercida e esculpida por Camonianas mãos de um Vieira,
por exemplo, e outros gigantes... Mas nem tantos!
De minha autoria, o que eu fiz com ela até para mim próprio é um pouco misterioso e estranho, mas ainda assim haveria quem entendesse minha alma, em português, se me lesse; mas ninguém quer arriscar editar um livro, cujo autor o ostracismo envolve permanentemente, (ainda que, para os apreciadores da ostra ela seja ótima iguaria, ou até em algumas raras, especiais pérolas contenham), mas não é bem essa a ostra em que o homem merecia ir metido... De modo que pouca gente me vê, mesmo quando vagarosamente caminho pela rua.
Pois também o andar célere passou de minhas mais primárias condições, já por hoje as energias não proverem mais que um seguir lento, e o movimento mal me tire do lugar. O motivo de meu ânimo se inflamar para reagir e com agilidade e rapidez seguir, esfriou, enfraquecendo-me também o entusiasmo; e neste estado, nada além do sono profundo acalento, ainda que ao da morte não deseje.
Mas como as formas fragmentadas mantêm-se, há ainda o substrato de muitos inúteis sonhos, que um dia sonhei... Mas não sei com exatidão se o que agora sonho não é pesadelo, porque como fantasma é como à noite vem rondar meu sono, perturbando-me, causando irritação e profunda inquietude; todavia, como é o único momento em que saio de mim, não sinto dor em nenhum órgão ou membro.
Tivesse alma, não tenho certeza já de ter uma, seria ela a responsável por tudo; como não tenho certeza de mais nada, me restam dores físicas, quando acordo, mais reais que as metafísicas.
E até os dedos com os quais digito grosseiramente, estas palavras, hão de suscitar dúvidas de incompetência quanto ao objeto em questão: seja das minhas palavras na expressão de pensamentos, já confusos para quem os lê, seja a falta de habilidade com as mãos, para digitá-la.
Isto, já agora ao anoitecer de outono, de uma vida humana, mas que até parece já em pleno inverno. Mas sem desejar também já nenhuma primavera.
E digo-o assim ao sabor visceral de o dizer, sem o falso escrúpulo de esconder silenciando a decadência humana, de alguém como eu, que ao longo de muitos anos dedicou-se a fazer arte, à qual eu já não tenho certeza de arte poder classificá-la.
Pelas marcas indeléveis dos calos nas mãos, não creio nessa identificação, nem assegura identidade a um artista. As da alma, sim, guardam as características dos atos falsos dos amigos, das frustrações, mas de algum modo fazem de mim um singular ser artístico, porque tenha sobrevivido. Embora invisível.
E estas marcas serão sempre as minhas características, e nas mãos só a mim deixaram a marca, já sem dor. As da alma não passam nunca; em forma de calos, sim.
Ah, os calos do coração, tão duros! Quem os haverá de remover? Os olhos revelam os espinhos, dos sentimentos, mas como tenho olhos azuis, disfarçam bem... Sou como já o disse antes, me referindo a um personagem oculto que habita meu universo, escrito, usando as minhas próprias palavras, - o Encoberto. Não só em minhas páginas que ao longo do papel fiz papel, mas, sobretudo Encoberto perante o olhar do mundo, que tão concretamente passa pelas ruas, mas não me vê! E como então quem não olha, poderia me ver?
Sou também por isso o deserdado do olhar, descoberto de prazer e de respeito, de quem me conhecendo, me desmereça; mas por ser eu enquanto eu inteiro para mim mesmo, pouco me importo ser um nada para quem passa sem me dizer nada nem me ver. (Gosto e respeito só às pessoas que dizem alguma coisa).
E neste caso estranho seria ser eu o Encoberto para mim mesmo, ainda que de alguma forma, ao recordar passagens de convivência social seja totalmente invisível. E se houver no mundo quem em algum momento o não seja igualmente para si, e para outrem, é porque não existe ainda enquanto ente consciente, ou mente para si mesmo pensando ser e de cabeça levantada com ares superiores, em pose de inteligência e outras artes passe; talvez até porque ignore o que seja o objeto do conhecimento, inesgotável e distante infinitamente de qualquer tentativa de mensuração, peso e dimensão?
Mas em termos razoáveis, de análise humana, sou mesmo Encoberto na relação de valores e de importância, que as pessoas dão umas às outras...
Encoberto e sem direito a um espelho ou a uma voz! Mas os espelhos em que muitos se miram; as vozes com que muitos falam o que falam, honestamente, esses eu não os quero.
Embora eu tenha no espelho excelente modo de olhar por reflexo e observação, parâmetros e analogias, virtudes relativas e defeitos passageiros...
E também à voz tenho como um instrumento precioso de exaltação e de execração através da palavra, tal como deve ser numa língua que se expressa, numa canção se espalha pelo ar, como num postulado se enuncia, e numa sentença se profere; ainda como lei que condena, ou liberta da prisão das trevas e da ignorância; e até numa profecia que anuncie a volta de um Deus em carne e osso, a fim de nos conduzir.
Mas também para muitos homens o negarem, e depois de morto estranhamente o aceitarem e vendam-no aos pedaços e pedacinhos, de acordo com a bolsa ou embornal, de cada comprador.
Tenho realmente do espelho a magia de ser e até me ver como Encoberto, por desse gesto obter o conselho e o eixo de ser hoje aquele que perante os outros se liberta de seus orgulhos.
Desse mágico olhar liberto-me da ilusão de que tenha altos e exclusivos conhecimentos e poderes, com os quais possa até aos semelhantes salvar!
Pois, Encoberto não estou nem longe nem perto, nem fora nem dentro. Sou, afinal, descoberto de valores e por isso não chamo a atenção nem sou visto!

domingo, 16 de maio de 2010

GRÃO DE AREIA

Como definir o indefinível, se de todas as coisas, desde a menor partícula o mais que sabemos a respeito de sua natureza não vai além de alguns aspectos superficiais, quanto à estrutura de seus elementos, e quanto à sua composição química?
Um grão de areia, por exemplo, o que contém em sua memória da mãe rocha, ou da própria montanha?
Ou, se for o caso, do lajedo do vale de onde se desprendera, de modo que a ciência possa afirmar sua real origem, universal?
Ou num processo global da sua formação determinar qual a distância, em quilômetros percorridos, até ali chegar?
Graças à ciência milenar que até aqui tem vindo meio oculta inspirando a moderna, muita informação já se adquiriu.
Mas também, indiretamente denuncia, dentre os cientistas sérios, alguns são extremamente envaidecidos e meramente teóricos.
E de tal modo apavonados, que nem a divindade ou a energia primordial que por trás de todas as coisas se encontra há de chegar, para fazer-lhes sombra.
Em alguns casos nem se trata de grandes cientistas, porque muitas vezes não passam de simples doutores, até sem doutorado ou mesmo com ele.
E ainda que várias teses tivessem defendido, nenhuma há que justifique tanto ênfase nem vangloria de não acreditarem em Deus nenhum.
E não teria qualquer problema a sua descrença, se disso não fizessem uma espécie de escada, com estranhos degraus.
Pois o material usado na construção desses degraus poderia muito bem ser usado em coisas mais úteis, mas eles preferem a escada com esses respectivos degraus para subirem ao topo da fama.
E que fama, os seduz!
Por isso galerias infindáveis lotam as grandes, médias e pequenas livrarias, bancas de jornal, supermercados e até algumas farmácias de livros inúteis.
E o mais grave é que, esses livros fazem sombra aos preciosos tesouros, escritos nas mais variadas línguas.
Destas raras jóias, entretanto, nenhuma ideia em livro sério atrever-se-á a definir ou qualificar qualquer elemento em definitivo, razão pela qual se diz que as grandes obras não ensinam nada.
Ainda que façam luz pelos caminhos tão claramente, que seja possível ver as benditas pegadas de alguém que nunca por ali passou...
Muito diferentes das mãos impuras que escrevem sucessos de venda e de público, que mesmo não dizendo nada, ensinam a arte da traição e do dolo.
Já quando eles resolvem falar, em termos claros, a morte ronda; quando não a de algum preceito moral que ainda os mais humildes conservam, alguma virtude inabalável abalar-se-á, se não inclinar à morte, que ao sangue faz jorrar pelo chão; seja o sangue propriamente dito, seja o fluido moral de uma alma que decai.
Entretanto, como em nome da arte tudo é permitido, também em seu nome pelo mau exercício algum ente querido poderá vir a ser ceifado, ou antecipadamente chegar aqui pelas vias uterinas, com alguma mutilação congênita como filho ou filha desse autor.
Isto quando os próprios autores, os reais protagonistas já não vêm com suas incuráveis feridas na alma, que expõem, com as mazelas psíquicas em suas dramaturgias, em vez das virtudes que não possuem.
Naturalmente isto em termos de análise global, sem no mérito este ou aquele autor ou autora no foco.
E também sem a pretensão de querer definir qualquer coisa, seja de que natureza for; ainda que o enredo gire em torno de um grão de areia!...
Mas um grão de areia, e não precisa ser de uma areia especial vale muito mais que alguns sucessos aos quais não vale a pena ver de novo.
As profecias do Rei do Mundo, relatadas no CODEX TROANO, vistas hoje através de uma imagem virtual guardam muita semelhança com as personagens modernas, vestidas a caráter, com luxo, malícia e encenadas num ambiente de prosperidade, completamente opostas em contraste com as personagens reais, que vivem em condições miseráveis nos guetos, e nas favelas.
Entretanto movidas ou influenciadas pela tal arte, sofrem algum tipo de inconformismo.
Incitados com a ficção dessa suposta arte se lhes inspira e abre a ideia do caminho mais fácil, inclusive pela via do crime.
Voltando ao grão de areia, com o grão de areia haveremos de nos ocupar, pela sua importância no presente assunto, e na esperança de um deles bem rijo de cristal enfiado oportunamente numa empada, quebrar o dente de um destes semeadores de histórias macabras, (comprovando a teoria ocultista de que, quem fala o que não deve a milhões de pessoas, na melhor das hipóteses poderá perder um dente, neste caso quebrado por um providencial grão de areia)...
Certamente alguns autores já perderam coisas muito mais preciosas, todavia a presença inesperada do grão de areia, recheando uma apetitosa empadinha de camarão mastigada com estilo de astro ou de estrela, em pose de celebridade, segurando-a na mão esquerda, enquanto na direita uma taça de champanhe, na festa de lançamento da nova peça, que beleza!
Fará tanto sucesso, esse modesto grão de areia, ao quebrar seu dente!
E a cena, num gesto repentino o celebre autor leva a mão à boca, abafando um urro causado pela dor?
Afinal, um dos trinta e dois portais do conhecimento se tornara maldito, e quebra-se fechando abruptamente o portal, da voz maldita!
Claro que o melhor seria aquele arauto se calar para sempre, juntamente com os restantes trinta e um dentes, restantes, se ainda os tiver a todos!
Algumas pessoas deveras cultas presentes à festa, conhecedoras da lenda ocultista veriam ao vivo expor-se o autor, pelo seu trabalho maldito.
E ainda que as pessoas sérias sejam a minoria, de nível mental superior compreenderiam tratar-se de um castigo, a quem espalha sementes daninhas pela televisão, em horário nobre.
E na festa de lançamento da próxima novela das oito, sete ou seis, a boa cena reservar-se-ia ao grão de areia, e à empadinha de camarão, que seria muito bem registrada, pelos profissionais da imprensa, que aí se encontrassem...
Ma salvam-se também os atores, na festa, que devido à profissão têm de sujeitar-se ao papel que lhes for oferecido.
Alguns recusam certas personagens, mas em tempos de crise de emprego, têm mesmo de se sujeitarem a qualquer papel e até com grande entusiasmo declaram sua preferência pelas personagens vilãs!
Louvemos o tempo em que a arte continha elementos divinos e estimulantes da inteligência!
Hoje há de lamentar-se do conteúdo “aliciante”, que aliena e embota a razão, ainda que contenha algum disfarce de apelo social...
E à arte, outrora elemento de redenção e a mais bela expressão divina, através do homem, é, necessário extirpar da bela e rara arte a falsa, que abunda por aí em todas as formas de expressão ligada às sete ciências, de onde acenam furiosos ou mansamente hipócritas os falsos profetas.
Ante a brutal derrocada que os reais valores sofreram, louvamos a singeleza de um gracioso e original grão de areia que, inesperadamente investido de carrasco se intrometa numa gostosa empada de camarão, e entre os dentes de um desses autores famosos quebre-lhe no mínimo um, para lembrá-lo de que em nome da arte vai espalhando ao vento a semente da traição e da sacanagem.
Mas ao terminar este “grão de areia”, sem saber por que o fizera, gostaria de lembrar aos novelistas que esse tipo de jogo do mal e do bem, em suas tramas de matança inútil é muito atrasado, com essa arte pobre e primária só poderão ganhar dinheiro, reescrevendo fórmulas prontas.
Porque o Mal enquanto sadia polaridade que deve existir em todas as tramas, deve voltar a ser semelhante ao Mal Original, absolutamente inteligente; e não esse modelo falido, esgotado e burro.
O mal, na verdade tem a nobre função de ensinar e não alienar, inflamando o instinto cavernoso latente a “emburricar” o homem.
E penso ser burrice também a nossa de recebermos em nossas casas tais novelas e anúncios idiotas, inclusive da fornecedora de energia elétrica, enquanto não inventarem uma televisão movida a ar.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

DEVANEIOS DE SOFIA

Descia a rua elegantemente trajada, aquela bela mulher, de aproximadamente quarenta anos de idade. Cabelo negro, brilhante bem sedoso solto até a altura dos ombros, seguia de cabeça altiva, levantada; de olhar castanho e sossegado, muito segura de si olhava à distância o caminho largo, na medida e tamanho de sua extensão mental.

Quão bela, era aquela figura humana!

Aos mais desprotegidos de inteligência transmitia misticismo e sedução; já aos melhor resolvidos de inteligência despertava sentimento de admiração e simpatia; mas, aos pretensos conquistadores, de mentira, provocava cobiça; e afinal, o que mais poderiam mentalmente limitados despertar, senão seguindo a emoção instintiva que os governa, como autênticos impúberes psíquicos?

Ela, indiferente, seguia seu caminho de suave e doce mistério.

Ninguém nunca antes a houvera visto, nem tão elegante outra mulher daquele porte por ali passara. O bairro, classe média baixa, mas não miserável.

Equipado com escolas e repartições públicas a contento, e sem a tutela dogmática imposta por nenhuma seita religiosa mais fanática, talvez a exceção fosse o apelo pastoral agressivo e exagerado de um pastor, de um pequeno grupo.

Entretanto, só não estudava quem não queria, e só era inocente e impúbere psíquico quem fosse fraco de vontade, e preguiçoso.

Porém aquela figura feminina de vestido muito fino, talvez de seda, na cor bege, nem gorda nem magra, nem alta nem baixa, passava altiva ante o olhar de todos, que àquela hora da manhã por lá se encontravam, na rua do comercio local, abrindo as suas portas ao público.

Quem seria? Estrangeira? Perguntavam-se. Um pequeno grupo do bairro seguia determinada religião, que não permitia certas “elegâncias” às mulheres, razão pela qual aquela elegante dama despertara tanta admiração entre as moças mais jovens, pertencentes àquela seita, e por estarem já fartas da mordaça quanto ao modo de vestir e arrumar seus corpos e a sua vaidade, feminina, de acordo com o nosso tempo reagiram...

Pois é certo que a espécie feminina reserva surpresas agradáveis, às vezes escondidas debaixo dos dogmas infundados e da fraca fé, pouco importa se vestidas com saias inadequadas, compridas, e roupas íntimas ultrapassadas...

Naturalmente que por aquele remoto estado no tempo do grupo religioso, mulheres belíssimas se escondessem atrás dos pelos, e debaixo dos saiotes de mau gosto!
Ah, mas que a grandeza do ser humano repousa nas diferenças, repousa!

E como ali não seria diferente, uma bela moça, de aproximadados vinte anos, olhar negro muito vivo, rosto corado, alegre, espontânea, falante e já há algum tempo inconformada; rebelde por natureza e inteligência natural, criaria rapidamente uma engenhosa teoria, em cima da passagem elegante e perfumada daquela misteriosa mulher...

E a sua origem e identidade já agora nem importava, porque passasse à condição de uma enviada inspiradora, motivo de orgulho para quem a vira passar.

Sofia, este era o nome da jovem rebelde, tinha certeza e afirmava às suas amigas, que aquela mulher passara por ali com a finalidade de servir de exemplo superior,e que era chegado o momento de acabarem com aquelas crendices e atrasos dogmáticos impostos por aquele atrasado líder.

Afinal, que deus era o dele que não permitia higienizar as partes pudentes, nem usar roupas íntimas adequadas nem mesmo uma calça comprida, ou acreditar num simples horóscopo? Vendiam calcinhas lindíssimas e sensuais para as mulheres vizinhas que não pertenciam à seita, e elas eram obrigadas a usar “aquilo”?
Relações mais íntimas eram impossíveis, porque era pecado, inclusive usar preservativo!

Não, não era justo! E pelo fato de aquela misteriosa mulher desaparecer rua afora sem ter entrado em lugar algum nem falado com ninguém, esse era o código secreto e a mensagem para a rebelião.

Belíssimo motivo lhes dera Deus, através daquela mulher moderna, elegante, cuja roupa marcava as formas de seu corpo maravilhoso, e logo a teoria de libertação seria seguida por outras prisioneiras jovens e mulheres casadas.

E assim se juntaram a Sofia, acreditando realmente na missão daquela deusa passar por ali para libertá-las! Tanto que, a partir daquele momento no sentimento de gratidão daquelas moças e senhoras foi tanta que a elevaram à categoria imortal de um mito libertador, já pouco importando seu nome ou de onde viera.

E a noticia rapidamente começou a se espalhar de boca em boca, e o líder religioso que já não era visto com bons olhos pelas mulheres mais jovens, o viam agora um ditador atrasado, carrasco e ignorante.

E de fato viria a revelar-se provocando intrigas, para evitar a debandada geral de sua igreja.

E assim aquela jovem que há pouco tempo era a sua queridinha Sofia, era agoar a herege, a traidora acusada nas conversas ao pé de ouvido, que o líder mantinha com as mais fanáticas seguidoras.

E até em público durante as sua pregações tentava ridicularizar a jovem Sofia, ironizando-a em alto e bom som tratando o caso como os “os pobres devaneios de Sofia”.

Porém já não surtia efeito a sua cantilena de sabotagem oral, pois a maioria das mulheres não acreditava mais na sua argumentação de iletrado líder, que via agora seu rebanho debandar.

Mas debandava em segurança, que não a há superior à da consciência sem medo da falsa vingança divina!

E foi assim que a passagem silenciosa daquela mulher, belíssima e de corpo magnífico acentuando pela roupa ajustada, conseguiu com o seu mistério e altivez femininos transformar a consciência daquelas mulheres, que ainda há pouco gravitavam em torno do pastor semi-analfabeto e fanático.

Aos poucos passaria a ser uma comunidade normal, eclética, livre e de pluralidade religiosa, com direito ao uso de roupas modernas de acordo com as posses e gosto pessoal, e o sexo seguro e sadio de acordo com o livre arbítrio, de cada uma.

Admirável, não podemos deixar de repetir e deveras admirável foi a inteligência feminina, que pela simples passagem de uma mulher elegante por aquele lugar até então dominado pelo fanatismo de um líder, despertara numa jovem atenta às coisas de seu tempo uma repentina tomada de consciência, que viria a transformar um “devaneio”, segundo o pastor, numa libertação mental coletiva.

Só por isso vale exaltar não só a beleza feminina, mas principalmente a inteligência e dizer: “bendita mulher elegante e altiva, vaidosa e cheirosa, e bendita a inteligência feminina, e a vivíssima libertadora, Sofia”!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

OS CÍNICOS

Diógenes, e talvez antes dele os nobres e místicos, seguidores dos Vedas, já exercitava a teoria da libertação, pelas vias do desapego.

Desapego, em Sânscrito tem o bonito nome: MOKSHA. E não é de estranhar se todas as teorias libertárias, vindas depois, sejam plágios daquelas velhas doutrinas, muito bem fundamentadas pelos seus criadores, que viveram, efetivamente, o que em tese enunciaram.

Prova o exemplo, quando numa fria manhã, Diógenes, sentado ao sol na frente de sua tina, dali se aproxima o seu amigo Alexandre, o Grande, e lhe perguntava arrogante: - o que posso fazer por você, meu amigo? E Diógenes, olhando-o debaixo para cima, respondia: “não me tires o que não podes me dar”! Naquele momento, o Grande Alexandre colocara-se à sua frente, tampando-lhe o sol; e apesar de Grande, o sol não lhe poderia dar.

Esta passagem merece profundas reflexões, e uma análise séria, em relação os modernos libertadores!

Afinal, não se conhece nenhum libertário moderno que viva numa tina, de madeira, cujos bens, apenas a túnica e um embornal, para carregar o seu farnel!

Ao contrário, alguns vivem no supremo luxo que o dinheiro sofista pode comprar, e longe de qualquer virtude humanitária e desapego. E naturalmente muito distantes do real conceito de libertação. Ou será possível alguém se libertar das coisas materiais acumulando títulos e dinheiro?

Não, não é possível, mesmo que tenha por trás um famoso frei sociólogo, ou quem dê prioridade às suas convicções ideológicas, camufladas de teológicas, que até os dias de hoje não se tem noticia de ninguém que agisse dessa forma em beneficio do outro, e não de si mesmo. Portanto não cabem em nenhuma doutrina de libertação.

Já por outro lado são do conhecimento de boa parcela da sociedade as formas filosóficas e doutrinas iniciáticas, sérias, fundamentarem-se no desapego de todas as naturezas, inclusive políticas.

Todavia as suas ações e sentidos estão voltados para a causa das causas, cujo nome pode ser até Deus a quem servir só é possível servindo a humanidade.
E qual seria a razão do apego ter um nome tão feio, TANHA? Enquanto MOKSHA, um termo tão bonito, na mesma língua sânscrita?

Mas um homem libertador de si mesmo há de libertar-se antes de tudo da compaixão ao próximo, que nas profundezas da alma será compaixão por si mesmo, e não pelo outro, embora semelhante afirmação não seja compreensível no primeiro momento.

Mas um verdadeiro desapegado também não é um frio intelectual, indiferente ao meio aonde viva. Senão um profundo amoroso que não mais consegue distinguir o rico do pobre, branco do negro, dia da noite etc., consciente de que o outro é agora parte de si mesmo, portanto ligado ao todo através de si e ele através do outro.

Deve soar estranho, no primeiro momento aos ecumênicos; mas também é compreensível, porque eles vêem Deus uma espécie de magia dogmática, enquanto crença milagrosa que pode ser encontrado até numa prateleira, ou modernamente num arquivo.

Mas Ele é a semente da realização pessoal física e metafísica, muito clara na exortação do Cristo aos seus discípulos, para que eles buscassem a consciência do Inefável “Eu Sou”, na bela Obra PISTIS SOPHIA, quando diz: “Ele conhece o mistério por cuja causa as trevas foram feitas e por cuja causa foi feita a luz”...

É natural que o Cristo durante a sua realização pessoal tivesse tido a visão de Deus em todas as coisas: “trevas e luz”, independente de qual seja a cor, credo, condição social, bem ou mal, agradável ou desagradável...

E assim é que deve ser visto num conceito superior de inteligência, por um estudioso, reunindo elementos Teosóficos das mais diversas correntes do pensamento teológico e científico universais.

Isto não é possível a nenhum pesquisador que despreze uma única vírgula, de qualquer fonte de pesquisa. O que, para o crente de uma religião é humanamente impossível.
A não ser um iluminado, que vê Deus em tudo, mas este ser tão especial não anda por aí com nenhum livro na mão dizendo que deus está ali, e só ali está escrita a sua palavra.

Pois certamente se ele não estiver em todos e muito especialmente vivo nos miseráveis de pão e famintos de conhecimento, menos há de estar num papel impresso, pouco importa o nome do livro, pouco importa quem o livro traga debaixo do braço.

Diógenes, o Cínico – canino em Grego e Kepler – o cão pardieiro devido à vida de cães que levavam, são entre alguns outros dessa estirpe um exemplo de como os buscadores de Deus modernos, em luxuosos edifícios instalados criam teorias da libertação que não devem ser levadas a sério em uma única palavra, que disserem e escreverem.

Apesar de muito modernas, moderníssimas até, as suas teorias! Mas o que estes ídolos escrevem, porque entre no processo da escrita o seu pessoal e humano raciocínio maculado com uma gama variada de concepções individuais acadêmicas ou ideologias misturadas com teologias, o melhor destino que se lhes pode dar enquanto livros é o fogo, caso não tenha sido possível evitar a asneira de havê-los comprado.

Ainda bem que existem alguns poucos, mas verdadeiramente magníficos livros! Porque ainda presentes estão por aqui Diógenes, Platão, Hermes... e na poesia entre uns poucos mais Camões e alguns modernos e sérios pensadores e poetas...

Para não cometermos o erro de afirmar que o passado é que era bom, e o presente uma farsa!

O que urge então, antes de qualquer coisa é separar o lixo da real essência de todas as coisas de ontem e de hoje, para um amanhã mais sábio e justo, dando renascimento aos grandes seres, que por aqui andaram nos ensinando a caminhar e desejam voltar.

domingo, 9 de maio de 2010

E-mail pela democracia real...

O Brasil é um país que pode muito...
Esse "poder" para construir duradouro o bem para todos terá necessariamente de ter em sua gênese a honestidade e a honra.
2011 será inicio de um longo e próspero, solido e seguro ciclo.
Este, esgotou. Jstamente onde a palavra sugere e verbaliza na substância, que ao esgoto vai...
E abaixo um e-mail... blogs pela democracia. Algo como um código de segurança à nação brasileira...
A Fênix a renascer das cinzas...2011 dourado...

Esse também clama, conosco, é Torre, pilar, voz como a nossa
segura sem medo...
Se não mudam as coisas com clamor e denúncia,
juntem-se as forças e que os militares mais próximos da policia Federal,
No judiciário os justos, e entre os homens honestos crie-se um compromisso de ora avante em forma viva e presente, onde estiver, faça valer esses predicados.
Sem medo de ser honesto.
O PT venceu, porque até o ajudou o jingle que dizia cantando para não ter medo de ser feliz,
bem, acreditaram e olhem o que eles despertaram, em nós?
Sim, nós, os homens honrados e honestos não temos vergonha de ser honrados e honestos, porque disso depende a honra de nossos filhos, netos e tais.
E se a hora é agora, então nestepaís juntemo-nos juízes de direito, promotores, adovogados, médicos, militares, policiais militares e policias civis e homens do povo, como eu, que descalço de bens sirvo-me da única coisa que aprendi:
O que a outro pertence definitivamente não me pertence.Senhores, por outro lado sujos, igualmente unam-se e caiam fora, que a honra pela qual se deflagram batalhas essa vocês
por mais tenham gasto dinheiro honrado e gerado pelos bons, na origem da produção da real riqueza de um país, honra e honestidade que nunca tiveram naturalmente que não cersceria com a rés publica na mão.
E assim sem medo de ser feliz, na pobreza, nem dúvida quanto a ser honesto e lutar contra o crime agornizado, me oganizando, convergindo para esse seio junto com meus iguais.
E assim o bem vence o mal.
Ah, sim! temos um selo na testa, uma marca nos olhos e uns calos nas mãos que nos dão essa coisa: honra! E essa, eles não tem.

sábado, 8 de maio de 2010

Olhar

Queridos amigos e amigas, no intervalo de uma prosa e outra
Uma ideia de poesia através
de um olhar...
Obrigado pela vossa presença


Olhar

Mas que olhar é esse,
Olha e nem sabe o que olha,
Que olha e não vê nada
E já o céu escurece,
Quando na terra anoitece
Com medo e ofensa velada?

Mas que olhar é esse
Que depois de tanto olhar
Com os olhos tão cansados
Depois de muito corridos
Igualmente caminhados
Já tampados os ouvidos
Com gestos aquietados...

Que olhar é esse?
Que olha sem ver lá fora
E sem saber olhar dentro,
Que será que vê agora
Sem ter como ir embora,
Sem rumo prumo nem centro?

Mas que olhar é esse,
Perdido e fora do eixo
Esperando que escureça
De olhos fechados não veja
O que tanto quer e deseja,
Ainda que não mereça?

Mas que olhar é esse,
Olha nem sabe o que olha
Mas já no fim da estrada
Por mais que recolha
De tudo o que olha
Com a face molhada,

Só tem o que chora,
Porque olha e não vê nada
E não há o que farta
E porque nada tenha,
Espera de [Agartha...]...
Ou do céu lhe [venha]?!...
Rica mesa muito farta...
Mas se cair do céu
Só o raio que o parta.

Velho da Montanha

sexta-feira, 7 de maio de 2010

EFEITOS SEM CAUSA?

Queridos amigos e amigas, a sorte está lançada...
Começa aqui a publicação, de minhas prosas.
Vossos comentários absolutamente bem vindos servirão de estímulo para um futuro livro. obrigado

EFEITOS SEM CAUSA?

Em manhã incrivelmente clara, o sol transpassando a tênue penumbra da noite que se ia esvaída pela luz, deixava meu coração entristecido e vazio; e nem mesmo um fundo dramático de mistério havia, que o sol não permitia. Minha alma meio aturdida por que perdera o chão, da noite, se escondia atrás das cortinas da mente a brincar, tentando distrair a razão.
E em tempo integral, cada elemento insistia em tornar-se independente de mim; reclamando, autoritários, cada qual tentava impor a sua autoridade. Às vezes eu próprio sentia-me um estranho em meu interior, sem saber a quem atender: se da alma a emoção ainda com razoável grau de vaidade, ou à minha razão em tiroteio com o meu coração, quase sempre de mau humor e entristecido; o meu coração metáfora, de conceito amoroso, que insistia e reclamava seus direitos ingênitos, milenares, e não o coração músculo!
Eu sei que se entrasse na discussão esclareceria cada parte envolvida na disputa, mas nem sempre estou disposto a ensinar o óbvio a uns nem a outros atrevidos que não se tocam quando a seu devido lugar... Seguramente em separado tanto da alma a emoção, quanto da mente a razão seus conceitos são relativos quanto à realidade do ser, pois ao final serei apenas eu, mas eles não teem clareza de quem eu sou. E as dúvidas, em virtude de minha memória fraca só existem enquanto não lhes reafirmo a velha história da identidade real, que independente da memória fraca, se impõe por existir há muitos séculos: eu falo em séculos de tempo espiritual, e não em tempo contado pelo relógio, esse farsante inventor de horas mortas e de estranhos eus.
Mas também vez ou outra me apanho infantilmente a contar o tempo, em frações, quando de repente desperto e sinto vontade de rir das tolices inventadas pelo homem. Mas dentre as muitas tolices inventadas, não foi o tempo a mais estúpida invenção. Porém de nada vale nesta altura de ensaio literário apontar as inúmeras bobagens, inventadas pelo homem!
Que todas são estúpidas, todos sabemos, exceto aqueles completamente esdrúxulos, que não sabem nada. Ainda assim têm lá a sua atividade na máquina de fazer coisas, inclusive coisas de comer. Enquanto outros fazem artigos de luxo que não servem para coisa alguma, mas custam muito caro; por isso, o luxo, o consumo e a “frescuragem” que por aí abundam...
Já aquela invenção que ajuda a decifrar o indecifrável... Quem em sã consciência não sabe que o mais estúpido e reinventado ser psicológico é o homem, reinventado todos os dias pelo próprio homem, em algum divã voluntaria e involuntariamente? Mas que existem homens que não são estúpidos e não se reinventam de farrapos de outrem, é evidente que existem; todavia, quantos? E o que fazem para não serem estúpidos? Os grandes iluminados, cuja identidade adquire múltiplos nomes e personalidades que os identifica e diferencia entre os estúpidos, mais idiotas que não possuem a mínima inteligência para reconhecer a grandeza de Um enquanto Outro... Seja Ele Maomé, Orfeu, Jeoshua, ou até mais próximo seja em vida um grande e único atleta do século, o rei Pelé!
Todavia entre os mais estúpidos andam hoje muitos falsos e modernos cristãos, e por falsos e modernos cristãos se entenda todos os guardadores de rebanhos do Ocidente. (mas não os confundamos com o Guardador de Rebanhos de Fernando Pessoa, que aquele é magnífico, enquanto obra de arte!) Naturalmente excluiremos destes rebanhos ocidentais os não idiotas, mas como o assunto envolva milhões idiotizados, nem vale a pena citar as exceções, porque somem poucas; e estas não querem comprometer a sua palavra, que lhe é cara, nem correr o risco de alguma forma punidos, ou até de lhe jogarem pragas de hereges e incrédulos! Mas daí para baixo numa escala descendente abundam inventores de religiões e salvadores dos pobres, essas meras fantasias, e as mais inúteis invenções; estranhamente, muito semelhantes a qualquer fábrica de alimentos artificiais. Aliás, por falar em alimento a principal função destas religiões é precisamente diminuir o ímpeto das indústrias alimentícias, na medida em que toma o dinheiro do trabalhador, tradicional consumidor de alimentos, e agora pagador de impostos divinos. Isso mesmo, impostos divinos em detrimento da comida na sua mesa. Caso agravado, pois de algum modo já fora boa parte comida pelas máquinas de arrecadar, e a substância original de fazer alimento diminuindo diluída em matéria de impostos e dízimos, só para alimentar parasitos de igrejas e gabinetes presidenciais.
Mas seja qual for o destino, fatalmente a comida em outra comida transformar-se-á após comida, só não se sabe bem que espécie de vida vai alimentar... Várias espécies se servem de semelhante “comida” e celeiro, depois de concluído o processo e expelido pelos canais competentes...
Mas ainda uma boa parcela envolvida em disputas políticas e religiosas desmerece esta potencialidade fecal, elaborada pelo sistema involuntário e transformada em dejetos do alimento, porque façam parte de uma estranha parcela de gente, cuja máquina que os sustenta custa muito caro ao povo para ser mentida, enquanto órgãos religiosos e governamentais da nação.
Enfim, são tantas as inúteis invenções do homem, que o próprio homem precisa ser reinventado; infelizmente a matéria prima, por não haver outra terá de ser esta mesma; por isso não há muita esperança de que o produto final valha o custo dos operadores de milagres. E então, sendo assim é melhor deixar como estão, com todas as suas invenções inúteis, inadequadas regras, e mentirosas verdades. Mas, certamente, apesar disso e felizmente a morte redentora reduz a pó todos os inventos humanos, promovendo infalivelmente as necessárias reformas, sepultando todos os vilões.
Pouco importa se em cova rasa ou em luxuosos mausoléus, com missa cantada de corpo presente ou não.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Amigos e amigas,
pretendo publicar algumas prosas, neste espaço.
Enquanto isso, cadente, uma estrela...


ESTRELA CADENTE
(JEOSHUA]

Pessoalmente agradeça
Uma estrela caída do céu,
Embora o não mereça
Descortinara-se um véu.

E sempre que anoiteça
Estrelas se façam luz
Inclinarei minha cabeça
Ao vê-lo descer da cruz.

E o canto da carricinha
Tanto meu coração alegrou,
Ao ver o fruto da vinha
Que da taça transbordou,

Que longe de meus enganos
Mais de perto ando a ver
Ao longe os falsos arcanos
Que se vão a desfazer.

E o canto da carricinha
De repente fez-me crer
O que de tão longe vinha
Sem que o pudesse ter,

Mas sim, era herança minha
E hoje o posso beber:
O rico fruto da vinha,
E a essência do meu ser,

Que de tão longe continha
E dela andava a viver
“De tal sorte que um dia”.
A meus olhos abriria

A tudo que soí em ser
E eu cego nem o sabia,
Pois se dentro, não havia,
Onde o poderia haver?




Velho da Montanha