CRUCIAL DESASSOSSEGO
Para o meu Amigo Júlio Teixeira,
meu místico ... "irmão de armas"
Onde te escondes, Deus, que não te vejo?
que aspecto tens, como é a tua face,
qual é, deveras, a palavra-passe
para te contactar, como desejo?!...
Que nome tens nos vários idiomas
falados sobre a terra, cada qual
com sua construção gramatical,
seus sons, suas cadências, seus aromas?
Onde é que tens a tua residência,
como é que lá se chega, quando um dia
vier a ser... a minha moradia?
Podias-me dizer... sem nenhum medo
de eu revelar, traindo, o teu segredo,
caso me faças... essa confidência!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Caro Irmão, não só de armas, mas de alma, inté,
ResponderExcluirse esconde Deus segundo a lenda em que creio
No âmago pagão porém no seio
de cada um, além, muito além da pura fé.
Diz essa mesma lenda ter sido a solução
do Criador prevendo as artes e artimanhas
do futuro homem racional com suas manhas
e o lugar escolhido um lugar no coração
secreto onde não seria encontrado
senão por quem longos mares e terras
já andados e cansado já das guerras
aí resolva procurar...
O nome sem nome é, mas o maior e melhor predicado... "tu puro amor" Camoneano assim bem dito...
Astuto esse Deus, não acha, caro amigo João?
Obrigadíssimo pela lembrança em rendilhadas
estrofes e versos dourados.
Talvez melhor que eu até Camões por mais saber admirasse, talvez, quem sabe?
REVELAÇÃO
ResponderExcluirSenhor meu Deus, que errado tenho andado
em te buscar nos céus, de ponta a ponta,
pelas estrelas, tendo-te ao meu lado,
dentro de mim, talvez, sem dar-me conta!
Procurado te tenho, vê tu lá,
no bater de asas da águia do Marão,
nas névoas luminosas da manhã,
nos versos do Poeta de Gatão.
Busquei-te até no chão das alamedas,
no pó das vulgaríssimas veredas,
na douta voz dos lentes de capelo,
quando afinal, segundo o meu Amigo
Júlio Teixeira, eu tinha-te comigo
no coração, tão perto, sem sabê-lo!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Coimbra, 19 de Setembro de 2009.
Que belo, amigo! Que belo amigo João!
ResponderExcluirQuem dera em arremedo pudesse eu dizer o que nem é preciso dizer!
Mas não importa muito saber se está aí.
Daí ele não sai, senão quando chamado o ego a prestar contas, tal como na parábola dos talentos...
E se não fez o que devria ter feito...
Se não caminhou, não amou.
Não criou filhos, não fez sonetos com os quais a língua se engrandece,
nem com a sua mensagem não ensina.
E SE ENFIM não cresceu porque ao que recebeu no chão enterrando com medo de o perder
não O multiplicou...
Amortalhado se vai no fim do ciclo de muitas eras, o ego gorado morto pela segunda morte.
Mas ainda é cedo meu amigo João,somos muito jovens de universo!
Mas ainda que "sem sabê-lo" é Ele eloquente em sua poesia, pode crê-lo! rsrsrrsrs