terça-feira, 25 de agosto de 2009

Novela do Orkut

A novela do Orkut engana mesmo sendo novela e muito se ande nela; e quanto mais, mais se revelem as pessoas.

E quantos astros e estrelas!

Poetas, então! Em cada esquina e para todos os gostos se monta uma banca.
Algumas deveras muito festejadas, e até ao globo lançadas...

Mas poetas é que não são, nem poetisas!
Poeta que é poeta e bem dito venha a dizê-lo como deve ser, diz assim:

(A ÚNICA EXCEPÇÃO
O Poeta, para o ser, não pode ser
uma vulgar pessoa acomodada
numa existência caracterizada
pela abstenção de um ideal qualquer.

Tem de saber sonhar, sonhar em grande
rumo às estrelas ou mais longe até,
sem que jamais o seu fervor se abrande
ou perca força a luz da sua fé.)
JCN

Posto assim no mundo e servindo de modelo à palavra, pois há quem diga e o acuse de usar palavras já usadas, mas onde as há, sem uso?

Não sabem o que dizem por que não sabem pensar, em grande, como sonhar ao poeta tal como referido “sonetado”, como deve ser escrito um soneto.
Pois na arte não há meio termo.
Embora se alardeie o meio termo, deve ser apenas o meio o eixo universal; no particular o feito tem que ter as cores...
As formas definidas e se em palavras ritmo, essência, coerência e alma...
E se em música harmonia melodia e ritmo.
Mas alma, nem sempre a alma Pessoana, que naquele momento das sensações foi muito visceral...
Embora falasse em não alma pequena, supondo-se a grande!
Mas já agora falando sério na pele do Velho da Montanha...
Nem como novela do Orkut as bijuterias serão de ouro...
Respeitem a arte e respeitem-se os artistas de alma!

Que os de exercício forçado só plástico, papelão, ferro pintado de ouro...

Palavras recortadas penduradas numa árvore de natal imitando poesia...

Fingimentos sensoriais inflados em balões de gás...
Orkuteando num Gerundismo como praga globail lusófona..
E outras drogas, de alto consumo...

3 comentários:

  1. "O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho
    fica a cepa a sonhar outra aventura.E que a doçura que não se prova
    se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova. "

    (autoria desconhecida)

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  2. A CEPA DO SONHO

    Terminada a vindima, fica a cepa,
    promessa de vindoura produção,
    por cujo interior a seiva trepa
    para florir na próxima estação.

    Do vinho não bebido fica um resto
    que misturado ao da colheita nova
    lhe dá, como aliás é manifesto,
    mais doce paladar... quando se prova.

    Lembrar isto nos faz os sonhos nossos,
    de cujos estilhaços e destroços
    outros surgindo vão que os regeneram.

    O mal é quando a cepa chega ao fim
    e os sonhos em poeira degeneram,
    deixando de haver rosas no jardim!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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